terça-feira, 10 de maio de 2011

SISTEMAS DE AQUECIMENTO


Aquecimento
SISTEMAS DE AQUECIMENTO
Cerca de 15% do consumo de electricidade de uma família portuguesa é destinado ao aquecimento ambiente.
A zona climática, o tipo de uso que se dá à habitação, o custo dos diferentes sistemas e equipamentos podem condicionar as nossas escolhas.

Sistema de aquecimento central
Sistema destinado ao aquecimento das divisões, pode ainda produzir água quente para uso doméstico. Os sistemas mais comuns de aquecimento central são compostos pelos seguintes elementos:
1. Gerador de calor: geralmente uma caldeira, na qual a água é aquecida até uma temperatura próxima dos 90ºC.
2. Unidades de regulação e controlo: servem para adequar a resposta do sistema às necessidades de aquecimento, procurando que se alcancem, mas não se ultrapassem, as temperaturas de conforto pré-estabelecidas.
3. Sistema de distribuição e emissão de calor: composto por tubagens, bombas e radiadores, no interior dos quais a água circula distribuindo o calor.

CALDEIRAS
Para as caldeiras domésticas (entre 4 e 400 kW de potência) e que utilizem combustíveis líquidos ou gasosos, existe um sistema de catalogação por estrelas que compara os rendimentos energéticos. Define-se numa escala de uma a quatro estrelas.
Quanto maior for a caldeira maior será a sua eficiência. É importante que escolhamos caldeiras de maior rendimento. Atendendo ao tipo de combustão, as caldeiras podem ser:
• Atmosféricas: quando a combustão se realiza em contacto com o ar da divisão em que está colocada.
• Estanques: quando a admissão de ar e a extracção de gases têm lugar numa câmara fechada, sem qualquer tipo de contacto com o ar da divisão onde se encontra instalada. Têm melhor rendimento que as caldeiras atmosféricas. Destacam-se também as caldeiras com modelação automática da chama. Este sistema minimiza os arranques e paragens da caldeira, poupando energia ao adequar continuamente o calor produzido às necessidades reais, mediante o controlo da potência térmica produzida (potência da chama). Além das caldeiras normais, existem no mercado outro tipo de caldeiras com rendimentos superiores:
• Caldeiras de temperatura variável
• Caldeiras de condensação
Apesar de serem mais caras que as convencionais (até ao dobro do preço), podem produzir poupanças de energia superiores a 25%, recuperando-se desta forma o seu investimento adicional.





RADIADORES
Os radiadores são os elementos onde é feita a troca de calor entre a água aquecida e o espaço que se quer aquecer. São fabricados em chapa, alumínio ou aço. A melhor colocação dos radiadores, por motivos de conforto, é por baixo das janelas, fazendo coincidir a longitude do radiador com a da janela, de modo a favorecer a correcta difusão do ar quente pela divisão aquecida.

SISTEMA DE PISO RADIANTE
Os radiadores de água quente podem ser substituídos por uma serpentina em tubo flexível onde circula água quente, estando o mesmo embutido no chão das divisões. Desta forma, o solo converte-se em emissor de calor. A temperatura a que tem que se aquecer a água é muito inferior (normalmente entre os 35ºC e os 45ºC) face a um sistema de aquecimento tradicional.

O aquecimento central colectivo, é do ponto de vista energético e económico, um sistema muito mais eficiente que o de aquecimento individual.

Num bloco de apartamentos, um sistema de aquecimento central colectivo apresenta vantagens importantes quando comparado com um individual:
O rendimento de uma caldeira de maior capacidade e potência é superior ao das pequenas caldeiras, pelo que o consumo de energia é inferior.
Consegue-se aceder a tarifas mais económicas para os combustíveis e o custo de instalação colectiva é inferior à soma dos custos das instalações individuais.

Sistemas eléctricos
RADIADORES E CONVECTORES ELÉCTRICOS
São equipamentos independentes nos quais o aquecimento se realiza mediante resistências eléctricas. Do ponto de vista de eficiência energética, não são aconselháveis.
PISO RADIANTE ELÉCTRICO
Tal como no caso anterior, o aquecimento faz-se com o passar da corrente eléctrica por um fio ou resistência (efeito "Joule"). Estas soluções eléctricas não são tão económicas.
SISTEMA DE BOMBA DE CALOR
Sendo na sua generalidade equipamentos independentes, são mais recomendáveis os sistemas centralizados, nos quais o calor transferido pela bomba de calor é distribuído por uma rede de condutas de ar e difusores (o mais comum), ou mediante a passagem de ar por entre tubos com água quente (fan-coils). A vantagem do sistema é a sua alta eficiência: por cada kWh de calor de electricidade consumida, transfere-se entre 2 a 4 kWh de calor. Para além disso, a bomba de calor permite, não apenas aquecer a habitação, mas igualmente arrefecê-la. O seu inconveniente dá-se quando as temperaturas exteriores são muito baixas, pela dificuldade em captar o calor necessário para aquecer o interior. Nestes casos, alguns equipamentos recorrem a resistências eléctricas de apoio. Os aparelhos do tipo “inverter”, que regulam a potência por variação da frequência eléctrica, poupam energia e são mais eficazes com baixas temperaturas exteriores.


AQUECIMENTO ELÉCTRICO POR ACUMULAÇÃO
Este sistema costuma estar associado à contratação da tarifa bi-horária, mediante a qual se obtêm descontos no preço do kWh consumido durante a noite. O calor é armazenado num núcleo de placas de acumulação, ficando disponível para aquecer a casa de acordo com as necessidades, sem um consumo energético adicional até ao início do próximo período de carga, na noite seguinte. O aquecimento eléctrico por acumulação tem o inconveniente da recarga estar relacionada com o período nocturno anterior, não se podendo adaptar às condições de cada dia, pelo que poderá existir um excedente de calor ou a recarga não ser suficiente para as necessidades.

A REGULAÇÃO DO AQUECIMENTO
As necessidades de aquecimento de uma habitação são inconstantes, tanto ao longo do ano, como ao longo do dia, pois existem oscilações de temperatura diária não sendo necessária a mesma em todas as divisões de uma habitação. Naquelas que se utilizem de dia (zona de dia), a temperatura deverá ser maior do que nos quartos (zona de noite). Há igualmente espaços, como a cozinha, que têm as suas próprias fontes de calor e que requerem menos aquecimento. Por isso, é muito importante dispor de um sistema de regulação de aquecimento que adapte as temperaturas da habitação às nossas necessidades.

A temperatura de conforto no Inverno
A temperatura a que programamos o aquecimento condiciona o consumo de energia do próprio sistema. Cada grau de temperatura que aumentamos, implica igualmente um acréscimo do consumo de energia em aproximadamente 7%. Ainda que a sensação de conforto seja subjectiva, pode-se assegurar que uma temperatura entre os 19ºC e os 21ºC é suficiente para a maioria das pessoas. Para além disso, durante a noite, nos quartos basta ter uma temperatura de 15ºC a 17ºC para nos sentirmos confortáveis.

Em condições normais, é suficiente ligar o aquecimento durante a manhã. Durante a noite, excepto em zonas muito frias, deve apagar-se o mesmo, já que o calor acumulado na habitação costuma ser mais do que suficiente (especialmente se se fecharem persianas e cortinas).

Nos casos em que a habitação esteja vazia durante um elevado número de horas, é importante considerar a substituição do termóstato normal por um programável, em que se pode fixar as temperaturas em diferentes ciclos horários, inclusive fins de semana ou dias específicos.









Conselhos práticos
1. Uma temperatura de 20ºC é suficiente manter o conforto numa habitação. Nos quartos a temperatura pode variar entre os 15ºC e os 17ºC.
2. Ligue o aquecimento só após ter arejado a casa e fechado as janelas.
3. As válvulas termostáticas em radiadores e os termóstatos programáveis são soluções práticas, fáceis de instalar e que podem amortizar rapidamente o investimento realizado através de importantes poupanças de energia (entre 8% e 13%).
4. Se se ausentar por umas horas, reduza a posição do termóstato para os 15ºC (o modo de “economia” de alguns modelos corresponde a esta temperatura).
5. Não espere que os aparelhos se degradem. Uma manutenção adequada da caldeira individual poupar-lhe-á até 15% em energia.
6. No caso dos radiadores a água, o ar que possam conter no seu interior dificulta a transmissão de calor da água quente para o exterior. É conveniente purgar este ar, pelo menos uma vez por ano, no início da utilização. No momento em que deixe de sair ar e passe apenas a sair água, a purga estará feita.
7. Não cubra os radiadores nem encoste nenhum objecto, pois dificultará a adequada difusão do ar quente.
8. Para ventilar completamente uma habitação é suficiente abrir as janelas por um período de 10 minutos. Não é necessário mais tempo para a renovação do ar.
9. Feche as persianas e cortinas durante a noite para evitar perdas de calor significativas.

Fonte: ADENE – agência para a energia.

Sem comentários:

Enviar um comentário