quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Portugal inaugura nova fábrica de fungicida biológico

Quarta-feira, 30 de Janeiro de 2013   
Portugal inaugura nova fábrica de fungicida biológico
Nova unidade de produção deverá criar 100 postos de trabalho até 2016
Portugal desenvolveu e patenteou, em 2011, um fungicida biológico de elevada eficácia, extraído do tremoço, que agora vai ser produzido num parque industrial recém inaugurado em Cantanhede. O produto será comercializado para todo o mundo.

A Converde, empresa de biotecnologia, inaugurou no passado dia 18 de Janeiro a sua unidade industrial, onde irá produzir o fungicida biológico de eficácia igual ou, nalguns casos, superior à dos melhores fungicidas sintéticos disponíveis no mercado.
Com um investimento total de cerca de 30 milhões de euros, a unidade industrial da Converde localiza-se em Cantanhede e prevê criar 100 postos de trabalho até 2016, ano em que funcionará em velocidade de cruzeiro.
Em 2012, a CONVERDE celebrou um contrato de distribuição exclusiva com a multinacional do sector agro-químico FMC Corporation que opera nos Estados Unidos e Canadá.
Na origem deste produto, esteve investigação pioneira realizada no Instituto Superior de Agronomia da Universidade Técnica de Lisboa, onde foi identificada a proteína multifuncional “BLAD”, produzida durante a germinação de uma variedade de tremoço denominada “lupinus albus” e que funciona como substância ativa do fungicida.
A descoberta, que teve início em 1991 e à qual se seguiram mais de dez anos de investigação, como já foi noticiado pelo BOAS NOTÍCIAS, culminou com a participação do projeto no Programa COHiTEC, da COTEC Portugal, que viabilizou a vertente comercial do projeto.
Em comunicado, a COTEC salienta que a inauguração da unidade industrial marca uma nova fase para a empresa Converde, com o arranque da produção do fungicida. Com uma área coberta de 17 mil m2, a unidade está projetada de forma a triplicar a capacidade de produção, que é atualmente de 2 mil toneladas por ano.
fonte: boas noticias

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Sistema luso produz energia com sol, vento e chuva

Sistema luso produz energia com sol, vento e chuva
Fotos © Skinenergy
Chama-se Skinenergy e é um sistema de revestimento português que poderá contribuir para a revolução da produção de energias limpas. A solução, criada por três portugueses, é capaz de gerar energia através do sol, do vento e até da água das chuvas, o que lhe dá a possibilidade de, em muitos casos, produzir energia durante as 24 horas do dia, sete dias por semana.

por Catarina Ferreira

O Skinenergy é como uma “pele” – daí o nome, do inglês “skin” – que tem por base “elementos de composição plástica”, construindo-se sob a forma de duas membranas flexíveis: uma que serve como base e outra que funciona, propriamente, como revestimento, sendo composta por células fotovoltaicas em silício amorfo para a captação da luz solar.

Em entrevista ao Boas Notícias, Ricardo Sousa, arquiteto de 37 anos especializado em eco-arquitetura e sustentabilidade e um dos criadores do sistema, explica que estas membranas, ou seja, esta “pele” (que pode ter várias cores, padrões ou transparências), é “ancorada ao edifício ou estrutura” com elementos que, além de a fixarem, servem como “microgeradores de energia que atuam com pequenas brisas e movimentos do vento e pelo movimento criado através do batimento da chuva”.

Em suma, esclarece o especialista, que está a trabalhar neste projeto em conjunto com o irmão, José Augusto Sousa, técnico de eletrónica e informática, e com João Pereira, estudante de Doutoramento e licenciado em Física e Química, este é “um produto híbrido porque tem a capacidade de gerar energia através do aproveitamento solar, eólico e de uma forma muito particular retira partido da água das chuvas”.

Num pleno dia de sol em que haja algum vento, o sistema é capaz, por exemplo, de produzir energia de modo combinado entre o fotovoltaico e o gerador de movimento em paralelo, podendo depois continuar a gerar energia durante a noite, com a presença das brisas, do vento e da chuva.



Ricardo Sousa e os colegas estimam que o sistema seja capaz de produzir 120 w/p (“watt-picos”, o padrão usado na indústria fotovoltaica para medir a capacidade técnica dos módulos solares) por cada metro quadrado de aplicação em regime híbrido, embora a capacidade possa ser superior porque “é cada vez mais possível obter maiores quantidades de energia através do silício amorfo”.

De acordo com o arquiteto, a energia gerada pode ser usada diretamente na instalação, ser armazenada em acumuladores ou descarregada na rede pública, representando os valores estimados “uma poupança para de atmosfera de 626,52kg de dióxido de carbono por ano por cada metro quadrado de aplicação do Skinenergy”.

Este é um produto que pode ter várias formas de aplicação – além de poder ser incorporado durante a reabilitação de edifícios, poderá também integrar soluções arquitetónicas criadas de raíz, “independentemente de se tratar de edifícios públicos ou privados de grandes ou pequenas dimensões”.

Em complemento, os mentores do Skinenergy acreditam que o sistema poderá vir a ter, também, utilizações mais amplas, “como a aplicação junto aos painéis informativos das estradas e autoestradas” para os tornar autossuficientes em termos energéticos, “junto aos ‘rails’ de proteção e barreiras sonoras para alimentação de sistemas elétricos nas suas proximidades’ e ainda em “linhas de comboios ou túneis”.


Ricardo e José Augusto Sousa são dois dos mentores do Skinenergy, que já conquistou o seu primeiro prémio


Criadores estão à procura de financiamento

Para já, Ricardo Sousa e os companheiros estão a tentar encontrar financiamento para uma prova de conceito a ser criada e desenvolvida em parceria com a Universidade do Minho. “Uma das coisas que mais queremos é arranjar um ou mais parceiros desta área que acreditem e que se aliem a nós neste projeto”, confessa o arquiteto.

O mentor do Skinenergy estima que serão necessários “entre 10.000 e 15.000 euros para a fase de I&D que se segue, com a prova de conceito, a prototipagem e fase de testes”, o que torna indispensável encontrar “um parceiro disposto a injetar algum desse capital”, que lhe seria retribuído numa fase posterior.

No futuro, o objetivo é colocar o sistema no mercado “por um valor a rondar os 500 euros por cada metro quadrado”, um valor de venda “próximo dos que se praticam habitualmente num vulgar sistema de painéis solares de microgeração”.

Embora se trate de um projeto recente, o Skinenergy, que tem na Universidade do Minho uma parceria de investigação e desenvolvimento, já conquistou o Prémio Cidades de “Uma Cidade Perfeita”, iniciativa da revista Visão, Siemens, Inteli e Sociedade Ponto Verde.

Clique AQUI para visitar o site do Skinenergy e saber mais sobre este projeto.

[Notícia sugerida por David Ferreira e Vítor Fernandes
Fonte: boas noticias