quinta-feira, 14 de julho de 2011

Portugal entra em rede internacional de investigação ecológica


Sabor, Ria de Aveiro, estuários e montado são os primeiros “sítios LTER” a estudar
2011-07-14
Ria de Aveiro é um dos sítios da rede LTER-Portugal
Portugal está a partir de agora incluído no projecto internacional Redes LTER (Long-Term Ecological Research – investigação ecológica de longo prazo). Integrando vários locais de investigação científica para compreender o funcionamento de ecossistemas e avaliar a interacção humana sobre espécies animais e vegetais, solos ou clima, o programa definiu como primeiros sítios portugueses a entrar na rede o Sabor, a Ria de Aveiro, estuários e montado.

Entende-se por ‘Sítio LTER’ um conjunto de um ou mais locais (macro-sítio) representando um ecossistema particular. Margarida Santos-Reis, vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Ecologia (SPECO), referiu que os sistemas seleccionados “representam ecossistemas muito importantes do ponto de vista económico para Portugal”.
Os estuários contemplam casos “muito relevantes” quer ao nível da biodiversidade quer da componente socioeconómica, e o montado é típico do Mediterrâneo. Portugal tem 33 por cento deste sistema a nível mundial.

A responsável explicou que os sítios são locais
 “onde se pratica investigação ecológica com o objectivo de conhecer melhor a estrutura e funcionamento dos ecossistemas e dessa forma poder prever a resposta desses sistemas em impactos de ordem diversa”.
Entre as situações que podem ser monitorizadas estão alterações no uso do solo, alterações climáticas ou perturbação humana. Neste momento, há uma “falha” na rede mundial, alertou a especialista: “Quase não há sítios localizados no mar”, mas está a ser feito um esforço para ultrapassar esta situação e Portugal pode vir a ter um papel neste âmbito.
Lançamento Rede LTER
15 Julho 2011, Auditório da FLAD

14h30-15h Sessão de Abertura
Charles Buchanan (Administrador da FLAD)
Lígia Amâncio (Vice-Presidente da FCT)
Helena Freitas (Presidente da SPECO)

15h30-16h30 Redes LTER: importância da investigação ecológica de longo prazo
• Rede LTER Europa (Michael Mirtl - Coordenador)
• Rede LTER Espanha (Ricardo Diáz-Delgado - Coordenador)
• Rede LTER Portugal – breve história e objectivos (P. Sobral – SPECO)

16h45-17h45 – A rede LTER Portugal: apresentação dos Sítios
• Sítio LTER Sabor (Pedro Beja – Coordenador)
• Sítio LTER Ria de Aveiro (Ana Isabel Lillebø – Investigadora)
• Sítio LTER Estuários (João Carlos Marques - Coordenador)
• Sítio LTER Montado (Margarida Santos-Reis - Coordenadora)

17h45-18h15 – Próximos passos e Encerramento
Os sítios podem ter uma dimensão até dez quilómetros quadrados – chamados tradicionais –, ou mais, que são considerados plataformas. Os sítios tradicionais pretendem traduzir as características do ecossistema que domina nesse local.

Os de maior dimensão podem ter mais de um ecossistema representado e consideram toda a componente socioeconómica, como usos do solo e actividades que se desenvolvem na região.
Além de monitorizar e armazenar séries temporais de dados em ecologia, as Redes LTER pretendem estabelecer contactos entre instituições e investigadores, promover a permuta de dados e de conhecimento e apoiar os processos de tomada de decisão.
“A grande mais-valia desta rede é podermos estar representados nela e complementarmos os tipos de sítios que já existiam porque a ideia é ter uma representatividade mundial de sítios diversos para enfrentar as alterações globais e ter uma resposta mais concertada”, salientou Margarida Santos-Reis.

Este conceito apareceu nos EUA há dezenas de anos para haver troca de dados e de conhecimentos entre os vários locais. Tendo em conta a importância de fenómenos à escala global, como as alterações climáticas, foi criada a Rede Internacional de Sítios, espalhada pelo mundo.

Através de um projecto comunitário, a rede foi desenvolvida na Europa, e a criação da Rede LTER Portugal envolve uma parceria da SPECO com a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e a Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD). O lançamento da Rede LTER Portugal e a apresentação dos primeiros Sítios realiza-se na amanhã, a partir das 14h30, no Auditório da Fundação Luso-Americana, Lisboa.
Fonte: CH

Musgo estrela-dos-matos

Esta espécie de musgo é um dos exemplos mais típicos de uma neófita, ou seja, uma planta que teve uma introdução recente no continente europeu, sendo a sua origem o hemisfério sul, em países da América e África, Austrália e ilhas do Atlântico e Pacífico Sul. Desde a introdução pelo Homem na Europa (o 1º registo foi na Inglaterra em 1941) tem vindo a espalhar-se muito rapidamente por muitos países. Em Portugal foi registado desde 1996, em regiões com influência atlântica como as províncias da Estremadura, Minho e Douro Litoral. É portanto, uma espécie que provoca decréscimos dos níveis de biodiversidade de fauna e flora e altera os ciclos de nutrientes e as cadeias alimentares, sendo muito difícil de erradicar. Mais um exemplo de como o homem tem sido responsável pela alteração dos ecossistemas, apenas por ter movido uma espécie de local.
Parques e vida selvagem.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Antiga Terra não era tão quente quanto se pensava

Parte superior do formulário
Por Natasha Romanzoti em 12.07.2011 as 16:02

Os cientistas acreditam que, cerca de 50 milhões de anos atrás, a Terra vivia um dos capítulos mais quentes da história dos últimos 65 milhões de anos. Agora, novas evidências indicam que o clima não deve ter sido tão quente quanto se pensava anteriormente – mas ainda era quente.
Os cientistas analisaram assinaturas químicas em conchas fossilizadas de moluscos que viveram no que agora é o Alabama, EUA, que há 50 milhões de anos atrás era um vasto habitat marinho. Hoje, a temperatura média na área de estudo é de 24 graus Celsius.
Durante o Eoceno, nome formal para a época estudada, as temperaturas da água nas regiões subtropicais giravam em torno de 27 graus Celsius, ligeiramente mais fria do que estudos anteriores previram.
Segundo os pesquisadores, havia crocodilos acima do Círculo Ártico e palmeiras no Alasca. O que ainda permanece um mistério é quanto mais quente estava a temperatura em latitudes diferentes, e como isso pode ser usado para projetar temperaturas futuras com base no que sabemos sobre níveis de dióxido de carbono.
Isso porque, durante o Eoceno, o nível atmosférico de dióxido de carbono (CO2) na Terra era maior do que hoje. Estudar a correlação entre o CO2 e a temperatura no passado pode ajudar os cientistas a entender melhor como os níveis de CO2 afetam o aquecimento global.
Estudos anteriores sugeriram que, naquela época, as regiões polares da Terra eram muito quentes, em torno de 30 graus Celsius. No entanto, como os raios solares são mais fortes no equador do planeta, é improvável que as regiões subtropicais fossem consistentemente mais frias do que os polos.
Como o estudo mostrou uma temperatura de 27 graus Celsius em regiões subtropicais, isso sugere que as estimativas anteriores de temperatura durante o Eoceno precoce foram provavelmente superestimadas, especialmente em latitudes mais altas, próximas aos polos.
Os pesquisadores alertam que essa conclusão não significa que elevados níveis de CO2 atmosféricos não produziram um efeito estufa – a Terra era claramente mais quente durante o início do Eoceno. Os resultados apoiam sim as previsões de que o aumento dos níveis de CO2 atmosféricos resulta em um clima mais quente, com menos sazonalidade em todo o globo.[LiveScience]

Assunção Cristas defende crescimento sustentável da economia e eficiência energética

12.07.2011
Lusa, PÚBLICO

O desenvolvimento sustentável e a eficiência energética devem manter-se como prioridades na União Europeia, defendeu hoje a ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, no Conselho Informal de ministros do Ambiente europeus, na Polónia.
Uma vez que o Ambiente e a Agricultura estão agora no mesmo ministério, Assunção Cristas afirmou ainda que Portugal está empenhado numa abordagem integrada e complementar do território e dos seus recursos naturais.  

Quanto à política ambiental, a ministra centrou a sua intervenção na adaptação às alterações climáticas - dando relevo à necessidade de maior sensibilização e comunicação a todos os níveis -, nas negociações internacionais e na 17ª Conferência de Alterações Climáticas em Durban (África do Sul, no final deste ano), onde serão discutidos temas como a concretização dos Acordos de Cancun e o futuro do Protocolo de Quioto. Assunção Cristas encontra-se em Sopot, na Polónia, a participar no Conselho Informal de Ministros do Ambiente da União Europeia, que termina hoje. 

Segundo a presidência da União Europeia (UE), a cargo da Polónia (de 1 de Julho a 31 de Dezembro), este conselho informal de ministros pretende “debater as questões relacionadas com a política europeia, como a protecção do Ambiente até 2020 e estratégias de adaptação às alterações climáticas.

De acordo com o programa da Polónia para a UE, a protecção da Biodiversidade é outra das suas prioridades. Nestes meses de trabalhos, a meta é criar mecanismos para evitar a perda de biodiversidade, como uma melhor gestão dos espaços e uma gestão sustentável das florestas.
Público.

Qual é o tamanho máximo que uma árvore pode atingir?

Parte superior do formulário
Parte inferior do formulário
Por Stephanie D’Ornelas em 12.07.2011 as 16:11

Grande e imponente, a maior árvore do mundo é um pouco mais alta do que o comprimento de um campo de futebol. A árvore, localizada na Califórnia, é uma sequoia, com 116 metros de altura. É possível que tenham existido sequoias ainda mais altas; elas teriam chegado à altura máxima que as árvores podem alcançar, na teoria.
Existem duas forças opostas que atuam na altura de uma árvore. Uma empurra para ela para cima, enquando a outra tenta a puxar para baixo. Analisando a interação entre essas duas forças, biólogos calcularam a altura máxima que uma árvore poderia alcançar, e a conclusão é que este ponto está entre 122 e 130 metros.
Os pesquisadores descobriram que as árvores localizadas em florestas tem o desejo de crescer o máximo possível para ultrapassar suas vizinhas, captando mais luz solar. Por outro lado, a gravidade faz com que seja cada vez mais difícil distribuir a água da raiz para as partes superiores das árvores, conforme elas crescem. Por isso, as folhas são menores perto do topo.
Em uma certa altura, as folhas (em forma de agulha, no caso das sequoias) gastam mais energia levando a água da raiz para os galhos da parte superior do que a energia que produzem pela fotossíntese; assim, a árvore para de crescer.
Muitos fatores explicam a altura extraordinária das sequoias, incluindo o clima temperado do norte da Califórnia, o solo rico em nutrientes, chuvas abundantes e até florestas com árvores muito juntas, em abundância, o que as impulsiona a crescer em busca da luz solar. Essas condições, combinadas, tornam as sequoias não apenas as árvores mais altas do mundo, mas tão grandes quanto poderiam ser.[Life'sLittleMysteries]

Ave do ano – Portugal 2010:

Ao escolher a cegonha-preta como ave do ano 2010, que a ONU declarou ano internacional da biodiversidade, a SPEA – Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves pretende alertar para a conservação da espécie e do seu habitat, pois enfrenta sérios riscos de extinção na Natureza. A ciconia nigra é uma ave pernalta de grande porte, (pouco menor que a cegonha branca), toda preta excepto na parte inferior do peito e abdómen e nas axilas, sendo estes brancos. Tem o bico e patas de vermelho vivo e as mais jovens têm uma plumagem acastanhada. Ave monógama e fiel, mantém o mesmo parceiro toda a vida, a cegonha preta emite mais sons na época de acasalamento mas só perto da zona de nidificação. Em meados de Março, é possível observar (o que deve ser feito de muito longe) o início da cerimónia nupcial que envolve voos e singulares movimentos ondulantes de pescoço. O casal constrói o ninho, de grandes dimensões, com galhos e folhas amassadas com terra no cimo de uma árvore, escolhendo áreas de montado de sobro, azinho e pinhais maduros ou no cornicho de falésias ou zonas escarpadas de linhas de água ou serra. A fêmea põe 3 a 5 ovos e a incubação é assegurada pelos 2 progenitores, durante 38 a 42 dias. A espécie alimenta-se essencialmente de peixes, anfíbios e insectos. Após a eclosão dos ovos os pais alimentam as crias no ninho, que é abandonado após 65 a 70 dias. Além de manter o mesmo parceiro a cegonha-preta, que atinge a maturidade aos 3 anos, também utiliza o mesmo ninho todos os anos. As maiores ameaças á sua sobrevivência são a perturbação humana, devido a actividades de recreio em zonas de nidificação, como a escalada ou o trânsito de barcos de recreio perto dos seus ninhos, bem como a poluição de rios e ribeiras e a florestação de espécies exóticas. A cegonha-preta é uma espécie migradora, rara no nosso país. Pode ser observada a partir de Fevereiro e até meados de Setembro, mas é mais facilmente avistada nas suas concentrações do final do Verão, que antecipam a migração para a África subsahariana, onde permanece durante o nosso Inverno. Em Sagres, por exemplo, é possível ver bandos desta ave a dirigirem-se para África durante a migração. O regresso de África dá-se em Fevereiro (migração primaveril) para nidificar, após o período de nidificação os mais jovens começam a afastar-se do ninho. É uma fase de dispersão, durante a qual ocorre regularmente, a concentração de juvenis e adultos em zonas húmidas e tranquilas. Em Setembro e Outubro, migram novamente para África (migração outonal), onde permanecem até á Primavera seguinte.
Fonte: Super interessante

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Descobertos 12 vulcões submarinos no oceano Antárctico


11.07.2011
Helena Geraldes
Uma equipa de cientistas descobriu uma cadeia de doze vulcões nas águas do Oceano Antárctico, alguns com três quilómetros de altitude, revelou hoje o British Antarctic Survey (BAS).
Os investigadores embarcaram no navio oceanográfico “RRS James Clark Ross” para mapear o fundo do mar junto às remotas ilhas Sandwich do Sul, durante duas missões, em 2007 e 2010. Para sua surpresa, descobriram 12 vulcões submarinos, numa área com cerca de 600 quilómetros de extensão e 150 quilómetros de largura.

Em comunicado enviado hoje ao PÚBLICO, o BAS explica que os cientistas encontraram crateras com cinco quilómetros de diâmetro, causadas pelo colapso de vulcões, e sete vulcões activos que são visíveis acima do nível do mar. 

“Há tanto que ainda não sabemos sobre a actividade vulcânica debaixo do mar”, comentou Phil Leat, investigador do BAS, no Simpósio Internacional de ciências sobre a Antárctica, em Edimburgo, de 10 a 16 de Julho, que reúne mais de 500 investigadores.

Segundo o BAS, esta descoberta permite compreender o que acontece quando os vulcões entram em erupção ou colapsam debaixo de água e o seu potencial para criar tsunamis, por exemplo.

“É muito provável que os vulcões estejam, frequentemente, em erupção ou em colapso. As tecnologias que os cientistas agora podem usar dão-nos oportunidade para construir a história da evolução do nosso planeta. Além disso ajudam-nos a esclarecer os fenómenos naturais que podem ameaçar as pessoas que vivam em regiões mais populosas”, continuou Phil Leat.

Estas paisagens marinhas, com águas aquecidas pela actividade vulcânica, também têm interesse biológico, uma vez que são um habitat rico para muitas espécies de vida selvagem, salienta o BAS.
 Fonte: Público

O mistério do narval:


 
Muito do que sabemos sobre este animal deve-se aos 10 anos que Kristin Laidre se dedicou a estudá-lo. As zonas habitadas pelo narval são as costas setentrionais do Canadá e Gronelândia e a baía de Baffin situada entre território norte-americano e a Dinamarca. Este é um dos animais mais difíceis de observar, costuma passar a maior parte do tempo em mar alto e a mergulhar a grandes profundidades, vive entre as fendas do espesso gelo oceânico e parece saber fugir das redes e esconder-se. As suas presas mais comuns são o hipoglosso (ou alabote), o bacalhau e a lula do género Gonatus e a sua principal predadora, a orca. Estima-se que possam existir de 70 a 80 mil exemplares, na estação fria o narval acasala e consome grandes quantidades de hipoglossos (peixes gordos) de modo a preparar-se para o Verão, estima-se que a população da baía de Baffin consuma 880 toneladas de hipoglosso em 24 horas. Procuram as fendas no gelo para respirar e em Abril iniciam uma viagem de 2 meses mais a norte. Pensa-se que o dente espiralado sirva para estabelecer hierarquias ou para atrair fêmeas (não possuem o dente). O destino destes cetáceos está relacionado com o gelo, pois aí protegem-se das orcas e alimentam-se. No entanto, desde 1979 o Árctico perdeu uma superfície de massa gelada equivalente a 2 vezes a superfície do Alasca, assim a quantidade de luz que penetra no oceano perturba a química das águas, tem implicações na distribuição do plâncton e consequentemente na distribuição das presas do narval.
 O narval caracteriza-se por uma longevidade de cerca de 100 anos, os machos podem alcançar 5 metros (sem contar com o chifre), as fêmeas 4 metros e os machos podem pesar 1800 quilos dos quais 1/3 é gordura.
·         Cauda – A barbatana caudal tem cerca de 1 metro e tal como outro cetáceo, esta permite-lhe grande impulso e velocidade.
·         Caixa toráxica – Devido á elasticidade do tórax o mamífero consegue mergulhar a 1800 metros de profundidade ou durante 30 minutos.
·         Barbatana dorsal – Praticamente não tem, o vestígio é uma pequena crista de 60 a 90 centímetros de extensão.
·         Dente – Possui 2 dentes no maxilar, o esquerdo desenvolve-se até atingir 3 metros (só os machos o possuem) e é costume esfregarem-nos uns contra os outros.
·         Pele – Narval significa baleia cadáver, na antiga língua escandinava, a epiderme é branca ou cinzenta com manchas negras.
·         Focinho – É achatado, como o da baleia branca e emite constantemente guinchos e estalidos enquanto se desloca.

As populações dos narvais parecem, neste momento, estáveis embora a rigidez dos seus costumes como rotas de migração ou a fraca diversidade a nível de alimento não jogam a seu favor.
Fonte: Super interessante

Anfíbios do Mindelo – Portugal:


 
Após décadas de esquecimento a que foi votada pelas entidades governamentais para a conservação da Natureza e pelas populações locais, a reserva ornitológica do Mindelo (a primeira área protegida portuguesa, criada em 2 de Setembro de 1957) viu finalmente reconhecido o seu estatuto e reclassificada a sua designação, que passou a ser de “Paisagem protegida do litoral de Vila do Conde e reserva ornitológica do Mindelo”, desde 12 de Outubro de 2009. Todavia é ao nível dos anfíbios que este refúgio natural merece destaque, pois foram aqui observadas 14 das 17 espécies de anfíbios de Portugal, onde se salientam as presenças, nos urodelos (anfíbios com cauda na fase adulta), do tritão-palmado (Triturus helveticus) e da salamandra-de-costelas-salientes (Pleurodeles waltl) e, nos anuros (anfíbios sem cauda na fase adulta), da rela (Hyla arbórea) e do sapinho-de-verrugas-verdes (Pelodytes punctatus), cuja localização constitui a sua população costeira mais setentrional. Todas as espécies de anfíbios que ocorrem na Península Ibérica necessitam de meios aquáticos apropriados para concluírem o seu ciclo biológico, designadamente para completar a fase larvar obrigatoriamente dependente de água, influenciada por 2 factores intimamente relacionados, como o hidroperíodo (duração da massa de água) e a ocorrência de predadores. Assim, a escolha para depositar ovos e para o desenvolvimento larvar é um compromisso entre esses 2 factores, pois a reprodução em charcos temporários diminui o risco de predação das larvas, mas aumenta o perigo de dessecação que pode resultar em mortalidade. A opção de águas permanentes garante o habitat aquático, mas implica a coexistência com predadores vertebrados (peixes) e invertebrados (lagostins, larvas de libélulas, etc.). Neste caso a presença de vegetação aquática que assegure esconderijo, pode oferecer condições óptimas para muitas espécies. Calcorrear os areais dunares e visitar os charcos e ribeiros durante a época de reprodução (nas noites húmidas e quentes de Março a Julho) era uma boa experiência. Os chamamentos sexuais ou cantos específicos de cada espécie de anuro e amplificados pelos sacos vocais formavam coros nocturnos que se ouviam á distância, eram sinais de cortejos nupciais e azáfama reprodutiva. A peculiaridade da sua vida dupla (significado da palavra anfíbio) torna-os duplamente vulneráveis. O facto de respirarem pela pele, que precisa estar sempre húmida para facilitar a troca de gases, torna-os sensíveis a variações de humidade e temperatura, bem como a fácil absorção de quaisquer substâncias contaminantes que existam no meio, tal como os ovos que são permeáveis e desprovidos de qualquer camada de protecção, factos estes que têm contribuído para o seu declínio a par da degradação e perda de habitats e a poluição (de origem doméstica, industrial ou agrícola), o aquecimento global, chuvas ácidas ou parasitas e a introdução de espécies exóticas invasoras, factores que podem ocorrer em conjunto, deixando antever o destino dos anfíbios. No caso do Mindelo, a construção aumentou 600% e as zonas húmidas baixaram 70%, extracção de areias, destruição do cordão dunar, deposição ilegal de lixo, poluição das águas, espécies invasoras, terraplanagem de lagoas e charcos contribuíram para a destruição destes habitats onde os anfíbios procuravam refúgio e condições adequadas para a sua reprodução.
Fonte: Super interessante

domingo, 10 de julho de 2011

Dez soluções para arrefecer o planeta:


 fito plâncton
1.       Cobrir o gelo dos glaciares – A Terra tem em média um albedo (percentagem da radiação solar que reflecte para o Espaço) de 36%. Em comparação a neve reflecte 90% enquanto que o carvão tem um índice de apenas 4%. Porém, com o aquecimento global a albedo terrestre está a diminuir de forma drástica, já que restam menos zonas geladas. Será possível travar o degelo nas regiões mais frias do planeta? Segundo um glaciólogo de Universidade do Ohio, a resposta é sim. Jason Box pretende evitar que os glaciares derretam, recorrendo á cobertura dos glaciares com lâminas de polipropileno, que é um polímero termoplástico resistente às temperaturas do Árctico, e que já é utilizado pistas de esqui suíças e austríacas para evitar que a neve desapareça com o calor. Outras das propriedades desse tipo de capas é que podem aprisionar o vento gelado que aumenta a sua eficácia. É por isso que Box não recorreu ao alumínio, pois não tem tanto poder isolante, além disso este tipo de plástico é muito flexível (podendo esticar até 55% do seu tamanho original) e suporta muito peso.
2.       Criar tornados artificiais – Sob a premissa que um tornado tem a mesma potência que uma central eléctrica no mesmo período de tempo o canadiano Louis Michaud concebeu um sistema, o atmosferic vortex engine, para produzir energia através de um tornado controlado. Os vórtices (turbulência em rotação numa espiral) que são criados de forma natural por meio de ar quente, podem também ser criados artificialmente com recurso a fontes de calor. “Se a Natureza consegue produzir vórtices a partir de água salgada de apenas 30°C devíamos ser capazes de aproveitar água residual de 40°C para criar um tornado artificial e extrair a sua energia” afirma Michaud. Este fenómeno natural produz-se quando ocorrem chuvas torrenciais, temporais ou furacões.
3.       Barcos para fabricar nuvens – Cientistas como John Latham do centro nacional de estudos atmosféricos de boulder (Colorado) e engenheiros como Stephen Salter da Universidade de Edimburgo (Escócia), sugeriram a utilização de barcos para lançar na troposfera água do mar em gotas minúsculas para reflectir os raios do Sol resultando num efeito refrigerante, em virtude do efeito Twomey, este explica o motivo pelo qual as nuvens se tornam mais brancas, quanto maior for o número de gotículas super concentradas e diminutas que compõem o seu volume e por que razão as nuvens escurecem como é o caso das grandes nuvens das tempestades, quando as gotas se tornam maiores e a possibilidade de chuva é maior. As gotas pulverizadas teriam um diâmetro de 0,8 mícrons favorecendo o efeito Twomey.
4.       Injecções de enxofre – Depois da erupção do Pinatubo (Filipinas) em 1991, as temperaturas á escala global desceram 0,5°C, e não se verificou o habitual degelo estival da Gronelândia. Recentemente a ideia de injectar enxofre na estratosfera foi ressuscitada por Paul Crutzen, no entanto o canadiano Jason Blackstock refere que antes de ser feito é necessário conhecer o impacto que a medida provocaria.
 1.       Fertilizar os oceanos – A teoria diz que se se alimentar o oceano com partículas de ferro, o fito plâncton, microrganismos verdes que captam Co2 proveniente da atmosfera) multiplicar-se-ia, pelo que a capacidade de absorção seria muito maior. Em consequência de estudos ambientais esta experiência só pode ser levada a cabo junto a zonas costeiras e em pequena escala. 
2.       Sombras espaciais – A ideia é colocar no Espaço, numa zona denominada por L-1, triliões de discos de 50 centímetros de diâmetro, semi-transparentes de nitreto de silício auxiliados por sistema GPS com recurso á energia solar, impedindo a entrada de 1,8% de radiação, suficiente para travar as alterações climáticas.
3.       Plantas reflectoras – Como as que existem nos desertos poderiam baixar a temperatura na região onde fossem implantadas devido a reflectirem a radiação infravermelha do Sol de modo a manterem-se frescas, porém a humidade do ar também iria diminuir podendo modificar a circulação do ar e o aumento da temperatura na superfície terrestre. Outras ideias passam por cobrir os desertos com material reflector como alumínio ou polietileno, projectando a radiação num ponto de modo a produzir energia eléctrica (via heliotérmica). Ou obter energia solar no Espaço e enviá-la para receptores de microondas na Terra.
4.       Moinhos voadores – Estes engenhos para altos voos poderiam desempenhar um papel fundamental na prevenção do aquecimento global, segundo as conclusões da HAWP 2009, a primeira conferência internacional sobre energia proveniente de ventos de alta altitude. Alguns dos especialistas do sector consideram mesmo que o poder gerador das correntes eólicas, que sopram a 350km/h a mais de 4500 metros de altitude, é suficiente para satisfazer as necessidades energéticas mundiais.
5.       Árvores sintéticas – Proposta de Klaus Lackner, professor de geofísica da Universidade de Columbia (Estados Unidos), foi a única considerada pelo IPCC. A 30 metros de altura é colocada uma persiana feita de um polímero cujos aniões (iões de carga negativa) ficam no exterior incumbidos de captar Co2, enquanto que os positivos (os catiões) ficam no interior, o Co2 depois de humedecido será libertado, sendo liquefeito por via de compressão e armazenado. Cada unidade é capaz de eliminar 90 mil toneladas anuais desse gás, a energia precisa pode ser obtida por vários meios eléctricos sendo a relação de poluição de 200 quilos por tonelada absorvida ou seja uma eficiência de 80%, o equivalente a cerca de 1000 árvores. Outra aplicação prende-se com o fabrico de combustíveis sintéticos (hidrocarbonetos líquidos). Sendo o Co2 o combustível + energia este seria um ciclo renovável e eficaz.
6.       Chuva de sementes – Mark Hodges (ambientalista) pretende reflorestar grandes áreas de terreno, de difícil acesso ou que foram devastadas pelo fogo utilizando meios aéreos e cápsulas especiais para as sementes para que a operação tenha sucesso. Os principais contras são precisamente o uso de meios aéreos.
 Fonte: Super interessante