terça-feira, 22 de novembro de 2011

Conheça o material que combate a poluição do ar



A poluição do ar está há mais de uma década preocupando ambientalistas, que não podem fazer muito mais do que alertar os países sobre os riscos que as indústrias oferecem. Mas a química tem sido capaz, a partir de inovações tecnológicas, de proporcionar soluções sustentáveis para o problema. Um dos novos “heróis” da limpeza do ar é o dióxido de titânio.
Usado em uma ampla variedade de materiais, que vão desde pastas de dente e filtro solar até concreto para obras de engenharia civil, o dióxido de titânio é um composto químico altamente sustentável. Além de neutralizar os poluentes do ar, funcionando como uma espécie de filtro, esse material se limpa sozinho.
Parece ficção científica, mas é exatamente isso. A água da chuva, ao entrar em contato com uma camada de dióxido de titânio suja por qualquer impureza, adere à superfície e se espalha de forma equânime. É uma espécie de lavagem automática.
Devido a essa curiosa habilidade natural para remover a sujeira, pequenos flocos de dióxido de titânio são usados em cosméticos, pastas de dente e filtros solares. Apesar disso, não é exatamente essa característica química que confere ao dióxido de titânio um papel fundamental contra a poluição do ar.
Esse mérito é verificado na produção de concreto para obras de engenharia civil. Quando uma parede é revestida com uma camada de dióxido de titânio, tem início uma interessante reação. Os raios ultravioleta, emitidos pelo sol, fazem o dióxido de titânio liberar radicais livres. Estas substâncias, por sua vez, têm a capacidade de decompor os principais agentes que poluem a atmosfera. Logo, é um purificador natural do ar.
Grandes obras arquitetônicas já usam esse princípio. Um exemplo é a Igreja do Jubileu, em Roma (Itália). Uma empresa japonesa, por sua vez, já fabrica blocos para calçada revestidos de dióxido de titânio, em escala industrial. De olho nos benefícios ambientais e econômicos que a novidade pode trazer, os governos europeus já planejam formas de ampliar a produção e comercialização desse material. [BBC]

Desvendando os segredos genéticos dos fungos


Um dos reinos biológicos mais interessantes é o dos fungos, mas ainda assim sabemos muito pouco sobre ele. Talvez agora isso mude, com o esforço de cientistas para criar a primeira biblioteca genética de fungos ingleses.
Os fungos da Fazenda Deer Park, em Devon, promovem um evento de cores antes do inverno chegar. Eles existem em diversas formas: dos vermelhos, que parecem saídos direto de contos de fantasia, até os esguios, que parecem tentáculos saindo do solo.
Nos campos íngremes da fazenda inglesa, alguns fungos raros atraíram a atenção de cientistas do Jardim Botânico Real de Kew, em Londres, que estão coletando amostras de DNA para análise em laboratório. Com isso, vão fabricar uma biblioteca genética dos fungos do país, começando com esses espécimes raros.
O pesquisador de Kew, Martyn Ainsworth, afirma que “é um reino enorme, e relativamente pouco explorado e estudado”.
“Acredito que isso acontece porque, cientificamente, eles são muito difíceis de trabalhar. Podemos criar alguns em laboratório, mas há muito mais espalhados no campo, e alguns dos mais importantes comercialmente nós não podemos criar em laboratório”, comenta.
Mas os fungos, que estão entre as plantas e os animais na árvore da vida, são os ajudantes invisíveis do nosso ambiente: eles reciclam a matéria excretada e morta, e alimentam plantas com água e nutrientes.
Uma pergunta básica que a equipe está tentando resolver com a biblioteca genética é quantas espécies existem.
Atualmente, a Inglaterra deve conter entre 12 e 20 mil espécies, mas o micologista de Kew, Bryn Dentinger, está tentando encontrar a sequencia única de genes que vai ajudar os pesquisadores a obter um número mais correto.
“Por sua natureza disfarçada, os fungos são muito difíceis de identificar apenas pela morfologia. Mas agora, com as técnicas genéticas, nós finalmente temos as ferramentas para diagnosticar quantas espécies existem de maneira mais rápida”, comenta.
Pesquisas antigas já sugeriam que alguns cogumelos considerados espécies únicas eram na verdade duas ou mais espécies.
Mas, mesmo com a aparente abundância, cientistas estão preocupados com o futuro de algumas espécies de fungos. A destruição dos habitats e a poluição de nitrogênio oriunda dos fertilizantes estão causando sérios problemas.
Futuro dos fungos
Os donos da fazenda Deer Park, Audrey e John Compton, afirmam que quando compraram o local, há 10 anos, os campos eram cheios de fungos.
“Temos campos muito antigos por aqui; eles não foram arados, o terreno é ruim para um trator, não foram fertilizados, não há pesticidas… então, eles são mais ou menos como a natureza quis”, comenta John. “E, contanto que seja mexido apenas o suficiente, teremos lindas flores de verão e fungos de outono”.
Os pesquisadores de Kew afirmam que o aprofundamento do DNA vai ajudar a conservá-los – porque se não sabemos quantas espécies temos, como vamos acompanhar as que estão sumindo?
O Dr. Dentinger afirma que a biblioteca genética poderia levar décadas para ficar pronta, mas o esforço vale a pena. “A diversidade total dos cogumelos é um número difícil de se determinar – 700 mil até 5 milhões. E a biblioteca molecular moderna está indicando os números mais altos”, explica. “É muita coisa por aí, e o único modo de fazermos isso é com o mapeamento genético”.[BBC]

Focas podem achar seu local de nascimento através de seu “GPS”



Por  em 22.11.2011 as 15:28
Talvez você conheça uma história assim: o cachorro de estimação fugiu de casa, rodou dezenas de quilômetros pela cidade a esmo, mas de algum jeito sobrenatural, achou o caminho de volta. Se isso parece uma façanha no mundo canino, é habilidade natural entre algumas focas. Pesquisadores britânicos descobriram que certas espécies podem localizar exatamente o local em que nasceram depois de cinco anos perambulando pelo mar.
O estudo que fez essa descoberta foi conduzido por cientistas do Centro de Pesquisas Britânico na Antártica (BAS, na sigla em inglês). Eles se instalaram nas proximidades de um local onde o lobo-marinho-antárico (uma espécie de foca) costuma dar à luz seus filhotes. Durante o tempo de pesquisa, instalaram pequenos rádios transmissores nos corpos de 335 lobos marinhos recém nascidos.
Com o rastreamento garantido, os cientistas passaram a observar o itinerário das focas pelo mar. Descobriram que elas passam cinco anos sem se fixar em um lugar, período no qual se alimentam, crescem e atingem a fase adulta. Em certo momento, quando às vezes já se afastaram tanto do Pólo Sul que estão quase no Uruguai, elas dão meia volta para dar à luz.
As focas têm o hábito de retornar ao lugar em que nasceram para ter seus filhotes. Mas não estamos falando de voltar para uma vasta região, onde elas nasceram nas proximidades: a foca dá à luz a menos de dez metros do exato local onde foi gerada. Algumas delas, conforme mediram os cientistas, puderam voltar a um corpo de distância do local onde foram originadas.
Ainda não se sabe explicar, exatamente, qual a razão dessa capacidade superior à de um potente GPS (que indica um local com margem de erro de cinco metros, precisão que foi superada pela maioria dos animais testados). Além de encontrar o caminho certo para parir, os lobos marinhos usam esse engenhoso sistema de localização para demarcar territórios e se comunicar.
Alguns outros animais aquáticos, além das focas, também possuem impressionantes habilidades de navegação, mas boa parte do funcionamento desse mecanismo permanece um mistério. [Telegraph]
Por: Hypescience

Vida amorosa: camarão limpador mata seus concorrentes



Por  em 16.11.2011 as 12:15

Você talvez já conheça o camarão limpador, crustáceo que mantém uma interessante simbiose com certos peixes marinhos. O camarão se fixa sobre o corpo do peixe e se alimenta de parasitas nocivos depositados sobre ele. Essa bonita relação, no entanto, esconde um segredo sobre os camarões limpadores: eles matam indivíduos da mesma espécie na luta por parceiros.
Um experimento feito por cientistas suecos revelou a complexidade da relação entre indivíduos de uma espécie de camarão limpador (Lysmata amboinensis). Eles separaram dezenas de tanques de água e colocaram um grupo de três ou quatro camarões em cada tanque. Ao final de 42 dias de observação, cada tanque tinha só dois camarões; os demais haviam morrido.
Mas os camarões que padeceram não morreram de fome: eles foram assassinados. Os cientistas descobriram, em primeiro lugar, que o camarão limpador fica suscetível a ataques fatais quando troca de pele, em média uma vez a cada duas semanas. Para evitar se expor essa fragilidade, o camarão faz essa troca de “casca” à noite. E foi justamente nesse período de vulnerabilidade que se registraram os ataques de um camarão a outro.
Esses ataques, conforme explicam os pesquisadores, tem motivação de acasalamento: eles matam uns aos outros em busca de parceiros. Mas não se trata de relação entre macho e fêmea, porque a espécie é totalmente hermafrodita. Todos os indivíduos possuem óvulo e esperma. Por conta disso, a monogamia entre esses animais é um conceito muito relativo.
Em condições normais, o camarão limpador vive realmente em pares monogâmicos. Inicialmente, os cientistas esperavam que essa condição se mantivesse sem “traição”, quando eles fossem colocados em grupos de três ou quatro. Mas isso não aconteceu: a busca por acasalamentos mais vantajosos destruía qualquer “relacionamento” anterior dos camarões.
Nessa espécie de hermafroditas, há uma oscilação intensa entre a produção de esperma e de óvulos. Em época de competição por parceiros, o camarão produz muito esperma e poucos óvulos, porque um espermatozoide pode fertilizar vários óvulos e o camarão precisa sair “à caça” de alguém com quem reproduzir.
Quando os camarões estão unidos monogamicamente, no entanto, a situação se inverte: eles passam a produzir mais óvulos, já que não há mais competição. Mas esse momento de estabilidade é quebrado quando um terceiro camarão entra na jogada: os níveis de fertilização se desequilibram. Nesse momento, azar do primeiro camarão que precisar trocar de casca, porque pode ser morto no meio da madrugada em nome da procriação da espécie. [LiveScience]

Cientistas descobrem polvo e lula que conseguem ficar “invisíveis”



 Por  em 16.11.2011 as 10:12
Um novo estudo descobriu que duas espécies oceânicas de cefalópodes – um polvo e uma lula – podem ir do transparente ao opaco em um piscar de olhos.
A impressionante camuflagem é uma adaptação que mantém os animais a salvo de dois diferentes predadores. Os primeiros são criaturas de águas profundas, que caçam procurando silhuetas na fraca luz das profundezas. Os segundos são peixes que usam luzes biológicas para caçar – a bioluminescência, que ilumina o próprio corpo.
Para evitar ser encontrado pela silhueta, ele fica transparente, afirma a pesquisadora Sarah Zylinski. Mas quando uma luz bioluminescente atravessa uma superfície transparente, o efeito é parecido com uma lanterna em uma vidraça: muito refletido, muito óbvio.
“Estar pigmentado é a melhor estratégia nesse momento”, comenta Zylinki. As espécies do polvo e lula essencialmente têm o melhor de ambas as estratégias. “Estar apto para mudar rapidamente permite uma boa camuflagem”.
Muitos polvos, lulas e outros cefalópodes têm a habilidade de mudar de cor. Alguns polvos até imitam o formato de vários peixes e seres do mar.
Mas todos são criaturas de águas rasas. Zylinski e seus colegas tentaram procurar essas espécies no fundo, com animais que vivem entre 600 e 1000 metros abaixo da superfície, onde há pouca luz.
Em barcos de pesquisa no Mar de Cortez e no fosso entre o Peru e o Chile, Zylinski esperou arrastões com redes profundas trazerem os animais. Elas foram levantadas em velocidades muito lentas, para que as alterações na pressão e na luz não fossem muito abruptas.
“É um pouco como o natal, porque você nunca sabe o que vai ganhar”, ela comentou. “Algumas vezes o presente é bom, outras não”.
Quando Zylinski conseguiu “pescar” um cefalópode, ela rapidamente moveu os animais da rede para um ambiente escuro e fresco, para que não fossem expostos à luz. Ela então tentou vários métodos para estimular mudanças de cores.
Ela sabia que a bioluminescência é uma importante ferramenta de caça nas profundezas, então imaginou que alguns animais talvez possuíssem maneiras de evitar a luz. Ela apontou luzes de LED similares à bioluminescência em duas espécies, o polvo Japetella heathi, de 7,6 centímetros, e a lulaOnychoteuthis banksii, de 12,7 centímetros, que mudaram instantaneamente de transparentes para vermelho opaco.
“A velocidade do processo é incrível”, comenta Zylinski.
Os animais conseguem a façanha porque suas células epidérmicas estão sobre controle neural. Ele vê um raio de luz e o estímulo visual libera pigmentos. Quando a luz cessa, o pigmento some, deixando o cefalópode transparente, exceto pelos olhos e tripas.
Nem todos os cefalópodes de grandes profundidades possuem a habilidade de modificar sua aparência. Alguns desenvolvem outros métodos, como ser altamente refletores, para que a luz do ambiente esconda sua presença. Outros criam sua própria bioluminescência de acordo com a luminosidade que chega ao fundo, imitando a luz solar.
Zylinski agora planeja estudar como os pigmentos do polvo mudam com o tempo. Ela comenta que espécies jovens e menores vivem mais perto da superfície, contando mais com a transparência. Já para os mais maduros, em águas profundas, onde a bioluminescência é comum, é importante a presença do pigmento, para que possam ser mais opacos. [MSN]

Chevron assume responsabilidade por derramamento de óleo no Brasil


A companhia petrolífera norte-americana Chevron assumiu total responsabilidade pelo derramamento de óleo em Campo de Frade, na Bacia de Campos. A empresa afirmou que subestimou a pressão de depósitos de petróleo debaixo d’água durante uma perfuração, o que resultou no vazamento.
De acordo com especialistas, mais de 416 mil litros de óleo vazaram desde o acidente, que aconteceu duas semanas atrás. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse que a Chevron será severamente punida por não ter mantido suas responsabilidades ambientais.
Especialistas em meio ambiente tentam avaliar a escala do derramamento, que pode ser muito mais grave do que o estimado. Os métodos utilizados pela Chevron para a limpeza da água também estão sendo questionados. Ao invés de recolher, a empresa estaria empurrando o óleo para o fundo do mar, colocando em risco uma área de corais.
Nos últimos anos, o Brasil tem descoberto bilhões de barris de petróleo em águas profundas, que podem transformar o país em um dos cinco principais produtores mundiais. Mas, até agora, houve pouco debate público sobre os perigos ambientais das perfurações. A discussão política tem se concentrado em como as futuras receitas do petróleo podem ser divididas entre os estados. [BBC]
Por: Hypescience