domingo, 15 de maio de 2011

Painéis solares estão na moda e são rentáveis



Sintra, 09 mai (Lusa) - Para os defensores da microgeração, ter um Ferrari à porta é um sinal de riqueza exterior, mas ter um painel solar em casa é um sinal de inteligência. Vender energia à rede elétrica é "uma moda" e um negócio rentável.
Junto à Serra de Sintra, a paisagem apresenta um equilíbrio entre o passado e a contemporaneidade e várias casas ostentam painéis solares.
Segundo dados do sitio na internet www.renovaveisnahora.pt, Sintra é o concelho do país que injeta mais eletricidade na rede elétrica produzida a partir da microgeração em geral e da solar (fotovoltaica) em particular.
Sérgio Pacheco tem dois contratos com a EDP. Um deles, como em qualquer casa portuguesa, incide na compra de energia elétrica. O outro contemplou há um ano e meio a aquisição de 23 mil euros em equipamento e consiste na venda de eletricidade à rede.
"Tenho um sistema solar fotovoltaico e produzo eletricidade. A nível económico é muito bom porque tem um rendimento ao ano na ordem dos oito e nove por cento. Não há, neste momento, um investimento que tenha um rendimento tão bom", disse o microprodutor à agência Lusa.
Sérgio Pacheco explicou que em 2009 aproveitou um crédito bancário para a aquisição do sistema que espera estar pago dentro de seis anos.
"Tive um apoio através de um crédito da Caixa-Geral de Depósitos, que tem uma linha direta do Estado, e que me deram apoio com uma percentagem em spread muito baixa. Isto fez com que eu investisse, e só no ano passado tive um rendimento de 4100 euros", disse.
Na localidade de Janas, Miguel Antunes é um dos micro produtores de energia elétrica que em 2010 gastou 18 mil euros num sistema de painéis fotovoltaicos. Feitas as contas, fatura em média entre 200 a 300 euros por mês, e ainda beneficiou de incentivos fiscais na aquisição do equipamento.
"Meti este sistema para ser amigo do ambiente e também porque pode ser um negócio com uma rentabilidade interessante. A EDP paga-me 55 cêntimos por quilowatt e eu pago-lhe 12 cêntimos pela energia que consumo em casa", disse o microprodutor à agência Lusa.
Para instalar o sistema de painéis solares, ambos os microprodutores tiveram que adquirir um sistema térmico, para aquecimento de águas, que ronda entre os dois mil e os cinco mil euros, já que é obrigatória a sua instalação para poderem aderir à microgeração.
Nuno Mendes, responsável da Sinergiae, uma empresa que opera neste mercado desde 2004, explicou à agência Lusa que "as pessoas facilmente se apercebem que pagam o sistema ao fim de sete ou oito anos", cujo equipamento tem um prazo de vida entre 25 a 30 anos.
"Tudo o resto é lucro. Acaba por ser um negócio que chama a atenção das pessoas, com uma margem de lucro bastante interessante. As pessoas começam a ver os vizinhos que já têm o sistema, procuram informação, e muitas delas depois acabam também por aderir", disse.
Segundo Nuno Mendes, os incentivos fiscais, embora mais limitados em 2011 aos primeiros escalões do IRS, e as facilidades de crédito bancário para a aquisição de equipamento da microgeração, fazem com que os portugueses cada vez mais olhem para este negócio.
"Estamos a lucrar, a ajudar o ambiente, a ajudar o país a criar autonomia energética e são tudo fatores que mostram alguma inteligência e as pessoas acabam por se sentir com orgulho de ter este sistema", adiantou.
Em termos de apoio do Estado temos os incentivos fiscais que continuam em vigor, apesar de mais limitados. Em sede de IRS os apoios estão limitados aos primeiros escalões do IRS, mas mesmo assim as pessoas vêem que mesmo sem esses incentivos é uma solução muito interessante e que traz bastante rentabilidade.
JYR
Lusa/Fim

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