sexta-feira, 22 de abril de 2011

Pássaros cantam mais nas cidades para compensar ruído

Pássaros cantam mais nas cidades para compensar ruído
Barulho urbano faz com que o chamariz passe 60 por cento do seu tempo a cantar
2011-04-15
O chamariz ("Serinus serinus") é um pássaro típico da Europa
Estudo revela que os pássaros que habitam as cidades cantam durante mais tempo do que os outros para compensar o ruído produzido pela actividade humana, principalmente o barulho do trânsito. Investigações feitas com o chamariz (Serinus serinus), pássaro típico da Europa que pode encontrar-se em grande número nas regiões urbanas, demonstraram que se o nível de som envolvente for até aos 70 decibéis, o animal passa 60 por cento do seu tempo a cantar.

No estudo agora publicado na revista «Behavioral Ecology» explica-se que a partir daquele nível a percentagem começa a decrescer, pois a contaminação acústica não compensa o esforço do chamariz. Além disso, o tempo dedicado ao canto pode interferir com tarefas importantes, como estar atento a predadores.
O investigador Mario Díaz, do Instituto de Recursos Naturais, do Centro de Ciências do Meio Ambiente, Conselho Superior de Investigações Científicas (de Espanha), um dos autores do estudo, explica que foi tida em consideração o “possibilidade de adaptação” e o chamariz mostra que os animais não têm de seguir uma resposta linear às mudanças.

Os investigadores perceberam também que nas áreas pouco urbanizadas o canto é menos agudo e que quanto mais ruidoso é um lugar mais cantam durante a noite. Os chamarizes têm também em conta dos dias da semana. No fim-de-semana cantam mesmo, pois não há tanto barulho envolvente.

O canto desta ave serve para marcar território, atrair fêmeas e dissuadir potenciais adversários. Mas cada pássaro gasta algum tempo a supervisionar o ambiente. Este ajustamento dos níveis de ruído através do canto envolve riscos. Quando cantam, deixam de estar atentos aos predadores ou à chegada de concorrente.

Artigo: Serins respond to anthropogenic noise by increasing vocal activity
 Fonte: Ciência Hoje.

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