quarta-feira, 15 de junho de 2011

Bosque ribeirinho


Bosque ribeirinho
Os bosques de amieiro são amiais, manchas características de planícies aluvionares e das margens dos cursos de água permanentes. Ocupam solos profundos, permanentemente encharcados ou muito húmidos. Estas árvores podem também viver em solos pobres, já que as suas raízes têm talento para fixar azoto atmosférico. De crescimento rápido, o amieiro chega a atingir 100 anos de idade. Quando densos, os amiais criam as chamadas galerias ripícolas onde as copas de uma e outra margem se entrelaçam. Este facto cobre o ribeiro de sombra, reduzindo a temperatura da água, o que faz com que esta retenha óptimos níveis de oxigénio dissolvido. Toda a vida aquática lhe fica grata por isso – insectos, anelídeos, peixes, anfíbios, mamíferos, aves… - e, como se não bastasse, as raízes, ao mergulharem no leito do rio, absorvem nutrientes da água, ajudando a purificá-la. Característicos da região Atlântica, os amiais estão protegidos por lei, o que dispersa benefícios alargados a toda a galeria ripícola.
Ao ouvir a brisa que abana a folhagem perceberá: os amieiros são generosos a ponto de abrigarem outras espécies. É o caso dos salgueiros, do sanguinho-de-água ou do loureiro e de arbustos como o sabugueiro, de herbáceas como o canabraz, as violetas-bravas, entre outros, os ranúnculos… Merece também destaque o feto-real, espécie típica destes habitats. Estes bosques ribeirinhos, além de estabilizarem as margens do rio, aumentam a qualidade da água, consolidam habitats necessários á vida e reprodução de peixes de evidente valor comercial. Se tal função ecológica é inestimável, o seu valor económico também merece consideração total.

Jorge Gomes e Henrique N. Alves – Parques e vida selvagem.    

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