sexta-feira, 17 de junho de 2011

13 Por cento das aves estão em perigo de extinção

Lista Vermelha foi actualizada e publicada pela União Internacional de Conservação da Natureza
2011-06-09
Pombo trocaz é espécie endémica da Madeira (Foto: Carlos Cabral/Spea)
De acordo com a Lista Vermelha de 2011, da União Internacional de Conservação da Natureza (UICN), divulgada esta semana, encontra-se em perigo de extinção o maior número de espécies de aves de sempre.
Este ano o número subiu para 1253, representando 13 por cento do total das espécies de todo o mundo. Há no entanto algumas as espécies que viram o seu estatuto melhorado, entre elas consta o pombo-trocaz, da ilha da Madeira.
A Abetarda-da-índia (Ardeotis nigriceps) subiu na lista para «Criticamente em Perigo», o maior nível de ameaça. A caça, a perturbação e a perda de habitat e a sua fragmentação são as razões que contribuíram para reduzir a população desta espécie para 250 indivíduos. Com um metro de altura, pesando quase 15 quilogramas, esta ave já teve uma larga dispersão na Índia e no Paquistão, mas agora está restrita a fragmentos pequenos e isolados do restante do habitat.  
Stuart Butchart, o Coordenador Global de Pesquisa da BirdLife International afirma que “as aves são uma janela para o resto da natureza. São indicadores muito úteis da saúde do ecossistema: se estão mal, então o mesmo acontece à fauna em geral”.
“Num mundo cada vez mais lotado, as espécies que precisam de muito espaço, como a abetarda-da-índia, estão a desaparecer. No entanto, o ser humano é o que sai mais a perder a longo prazo, com a perda dos serviços que a natureza lhe proporciona”, considera Leon Bennum director da Ciência e da Política da BirdLife International.
Caso português
Para o pombo-trocaz (Columba trocaz) as notícias não são tão más, já que não se encontra num nível de perigo tão elevado e foi promovido do estatuto de «Quase Ameaçado» para a categoria de «Pouco Preocupante», na sequência das medidas de conservação e da protecção que a espécie tem no Parque Natural da Madeira.
Luís Costa, director executivo da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) salienta que “este resultado é um prémio para a continuação do trabalho de conservação, e não um sinal que o trabalho terminou. A floresta de laurissilva é um sistema frágil que deve ser valorizado e alvo de medidas de conservação para que possamos manter o objectivo da salvaguarda do nosso património e biodiversidade.”
Em São Tomé e Príncipe, algumas das aves que surgem na Lista Vermelha, apresentam, segundo alguns investigadores portugueses, um risco de extinção mais acentuado do que aquele que aparece mencionado nesta publicação. O pombo-de-são-tomé, por exemplo, aparece como uma espécie “Quase Ameaçado”. Segundo Mariana Carvalho, que está a realizar um estudo de doutoramento sobre a caça em São Tomé, este devia ser reclassificado como «Em perigo», uma vez que há claros indícios do declínio da população.
Ciência Hoje

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