quarta-feira, 9 de março de 2011

Golfinhos de água doce

Golfinhos de água doce:

O boto-vermelho (Inia geoffrensis) nas águas brasileiras do Rio Negro, o afluente com maior caudal do Amazonas, a espécie é considerada vulnerável pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) e já foram tomadas medidas para protegê-la. Na lagoa peruana de Caballococha os golfinhos aproximam-se de nós debaixo de água, são rosa, com compridos focinhos dentados, perseguem peixes ao ritmo dos sinais de baixa frequência disparados pelo seu sistema de ecolocalização e o som que emitem é idêntico ao de fio de nylon quando se desenrola de uma cana de pesca, invisíveis nas águas cor de âmbar, os golfinhos passam repetidas vezes por baixo da embarcação lançando nuvens de bolhas que rebentam na “nossa cara”, rindo como adolescentes das suas próprias brincadeiras. Ao longo de 13 rios de 5 países Sul Americanos, a Fundação Omacha contabilizou um total de 3188 golfinhos, 2358 botos-vermelhos e 830 botos-cinzentos na região estudada e calculou que possam existir cerca de 20 mil em toda a bacia amazónica.
A América do Sul tem 3 das 5 espécies de golfinhos de água doce, as outras 2 são a do Ganges na Índia e a do Indus no Paquistão, pois o golfinho baiji do Yangtzé na China, foi declarado extinto em 2007. Para além do boto-vermelho, as outras 2 espécies da América do Sul são o boto-cinzento (Sotalia fluvialis) ou tucuxi, de metro e meio, o Rio de Prata argentino é habitado por uma 3.ª espécie, o golfinho-franciscano (Pontoporia blainvillei) que vive tanto em água doce como salgada. Os botos-vermelhos nascem cinzentos, adquirem o tom rosado com o passar do tempo e quando envelhecem tornam-se novamente cinzentos, quando excitados ou quando fazem muito exercício também ficam vermelhos voltando a cinzento quando o esforço cessa. Sabe-se que a gestação dura 10 a 11 meses e que os recém-nascidos são amamentados durante mais de 1 ano e que a fêmea espera 2 ou 3 anos antes de dar á luz novamente. Entre os sons produzidos pela espécie rosa foram identificados guinchos, estalidos da ecolocalização (a uma velocidade média de 58 cliques por segundo) e impulsos de baixa frequência (ou seja, de longo alcance) para os auxiliar na navegação. Em contrapartida, o tucuxi cinzento, menos reservado, emite constantemente todo o tipo de assobios que estão de acordo com a alegre personalidade característica da sua família, os Delphinidae.
Os golfinhos não só caem nas redes como têm o mau hábito de rompê-las com o focinho.
Ultimamente cresceu a procura de um peixe que se alimenta de carne a mota, os pescadores vêm os golfinhos como sérios concorrentes e por vezes tomam medidas extremas de controlo que variam entre matá-los á paulada, a tiro ou com setas, no Peru são envenenados com insecticidas através de peixes amarrados às redes, utilizam também os golfinhos mortos para atrair as motas. Todavia a principal causa de morte resulta de ficarem presos nas redes invisíveis de monofilamento, outras ameaças são os embates contra lanchas rápidas, a poluição do rio em zonas onde haja minas e a construção de barragens noutros países como o Brasil e a Venezuela.
 Fonte: Super interessante.

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