domingo, 10 de julho de 2011

Plantas carnívoras em solo luso


 Drosophyllum lusitanicum
A Drosophyllum lusitanicum trata-se de uma das espécies mais raras e peculiares de plantas carnívoras e a sua distribuição geográfica encontra-se confinada a Portugal, esta planta com cerca de 20 a 35 centímetros distingue-se das outras insectívoras por vegetar em solos secos, arenosos ou xistosos, outras são associadas a zonas pantanosas ou húmidas. Possui folhas verdes, alongadas e cobertas de pêlos glandulosos vermelhos, geralmente cobertos por uma mucilagem pegajosa que exala um odor como mel, os insectos ao pousarem sobre a planta ficam presos e são digeridos pelas enzimas proteolíticas e absorvidos em poucos dias. Conhecem-se pouco mais de 600 espécies de plantas carnívoras, distribuídas pelos 5 continentes a Austrália tem ⅓ do total e Portugal 8 espécies pertencentes a 3 famílias: Drosophyllaceae, Droseraceae e Lentibulariaceae. As Droseraceae são pequenas plantas carnívoras de locais húmidos ou pantanosos, das 150 da família podem encontrar-se 2 em Portugal, a Drosera rotundifolia a norte do rio Vouga e a Drosera intermedia a norte do Tejo. São plantas vivazes que têm no máximo 20 centímetros de diâmetro com folhas cobertas de pêlos viscosos, que envolvem a refeição sendo que no final do processo é usual os esqueletos quitinosos ficarem pendurados. As Lentibulariaceae de lugares húmidos como a Pinguicula vulgaris e a Pinguicula lusitanica exibem apenas uma flor e cheiro a cogumelos putrefactos, as de meio aquático como a Utricularia subulata (que não é vista desde 1940 em Portugal), a Utricularia gibba e a Utricularia australis, as duas últimas vivem submersas e só na época de floração de Junho a Setembro são denunciadas pela flor amarelada, não têm raízes, e usam presas como crustáceos ou larvas de insectos. Todas como plantas que são, fazem a fotossíntese sendo que o consumo de insectos contrabalança a pobreza em azoto das áreas onde normalmente habitam e que é necessário para o crescimento e desenvolvimento das plantas, daí esta adaptação. Por outro lado, muitas causas constituem ameaças directas ou indirectas para as plantas e seus habitats como sejam a drenagem de pântanos e zonas húmidas, a eutrofização causada pelo uso abusivo de fertilizantes com nitratos e fosfatos, a limpeza de charcos e lagos para actividades de lazer, o desenvolvimento e expansão de centros urbanos e das redes rodoviárias e o abate de florestas autóctones para implementação de monoculturas de espécies exóticas. Estes factores junta-se a fraca distribuição geográfica destas plantas e que importa conhecer já que a indicação vai no sentido de desaparecimento silencioso do património do nosso território.
Fonte: Super interessante

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