SPEA envia carta aberta a ministra para revisão de nova lei
2011-07-06
O melro não tem interesse económico.
A reabertura da caça ao Melro (Turdus merula) – prevista na Portaria 147/2011, de 7 de Abril –, é injustificada na opinião da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), especialmente por “não existirem razões técnicas e científicas que justifiquem a decisão nas épocas venatórias que se avizinham”, segundo refere um comunicado.
Neste contexto, a entidade decidiu manifestar-se junto do Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, em carta aberta assinada pela própria presidente da direcção da sociedade, Clara Casanova Ferreira, pedindo um processo de revisão da Lei da Caça.
Neste contexto, a entidade decidiu manifestar-se junto do Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, em carta aberta assinada pela própria presidente da direcção da sociedade, Clara Casanova Ferreira, pedindo um processo de revisão da Lei da Caça.
Recorde-se que há já mais de 20 anos que não se caça esta ave e, inclusivamente, “grande parte dos caçadores, questiona os motivos, a necessidade e a legitimidade desta decisão”. A missiva sublinha igualmente que, antes pelo contrário, existem pelo menos dez razões para não se caçar esta espécie.
O melro poderia mesmo até ser considerado a Ave Nacional – Portugal não tem uma –, por existir em todo o território nacional (Continente, Açores e Madeira) e pela sua presença na cultura popular e erudita.
Está associada aos meios urbanos e o risco de conflito entre caçadores e outros cidadãos é muito elevado. Segundo a SPEA, nem sempre é fácil calcular no terreno a distância das habitações e outros edifícios urbanos, e manter-se a 500 metros, exigidos por lei. Ou seja, a caça a uma espécie fortemente urbana irá aumentar a incidência de acidentes.
Outras razões apontadas pela sociedade defendem que não estão provados os alegados prejuízos na fruticultura e o melro não tem características de praga, tal como a maioria dos turdídeos europeus, é maioritariamente zoófago. Alimenta-se de toda a espécie de insectos, aranhas, minhocas e outros invertebrados que captura no solo e na vegetação herbácea.
Esta é ainda uma espécie sem tradição cinegética e sem interesse económico – o que não justifica a sua caça, para além de dispor de populações estáveis ou com aumento moderado – o Índice de Aves Comuns, que constitui um indicador oficial de sustentabilidade.
O melro poderia mesmo até ser considerado a Ave Nacional – Portugal não tem uma –, por existir em todo o território nacional (Continente, Açores e Madeira) e pela sua presença na cultura popular e erudita.
Está associada aos meios urbanos e o risco de conflito entre caçadores e outros cidadãos é muito elevado. Segundo a SPEA, nem sempre é fácil calcular no terreno a distância das habitações e outros edifícios urbanos, e manter-se a 500 metros, exigidos por lei. Ou seja, a caça a uma espécie fortemente urbana irá aumentar a incidência de acidentes.
Outras razões apontadas pela sociedade defendem que não estão provados os alegados prejuízos na fruticultura e o melro não tem características de praga, tal como a maioria dos turdídeos europeus, é maioritariamente zoófago. Alimenta-se de toda a espécie de insectos, aranhas, minhocas e outros invertebrados que captura no solo e na vegetação herbácea.
Esta é ainda uma espécie sem tradição cinegética e sem interesse económico – o que não justifica a sua caça, para além de dispor de populações estáveis ou com aumento moderado – o Índice de Aves Comuns, que constitui um indicador oficial de sustentabilidade.
Fonte: Ciência Hoje
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