Os
microscópicos tardígrados são os seres mais adaptáveis
O título de campeão da resistência devia ser atribuído aos tardígrados,
una diminutos invertebrados muito abundantes no nosso planeta. Até agora, já
foram encontradas cerca de mil espécies, as quais ocupam regiões tão díspares como
os Himalaias, as zonas equatoriais e árcticas ou os oceanos, onde chegam a viver
a 4000 metros de profundidade. O tamanho de um exemplar adulto varia entre
1,5mm, nas formas maiores, e 0,1mm, nas mais pequenas. Embora sejam
transparentes, podem apresentar diferentes tonalidades em função da sua
alimentação, que inclui rotíferos, bactérias, nematodes e algas, cujos fluidos
celulares conseguem absorver.
Os tardígrados têm especial predilecção pelos ambientes aquosos. Todavia,
quando as condições ambientais se alteram e se tornam desfavoráveis, entram num
estado latente designado por “cripto biose”: suspendem todas as funções metabólicas,
enrolam-se e esperam que as coisas melhorem. Algumas espécies podem permanecer
em estado desidratado, como se fossem múmias, durante quase uma década; para
isso, sintetizam um açúcar não redutor denominado “trealose”, que protege as membranas
celulares. Além disso, detêm os seguintes recordes entre os animais:
Calor e frio – podem sobreviver alguns minutos a 150°C. Toleram
igualmente uma breve congelação a temperaturas de até -272°C, próxima do zero
absoluto.
Radiação – Suportam elevadas doses de raios X e raios gama, fatais para
outras formas de vida. Sobrevivem também no vácuo do espaço, sob a radiação
solar, durante 10 dias, como provam dois projectos científicos levados a cabo,
em Setembro de 2007, na sonda Foton-M3 da ESA, que voou a uma altitude entre
250 e 290 quilómetros. Tinham agora ida e volta marcada para Marte, na sonda
russa Phobos-Grunt, que afinal não conseguiu
abandonar a órbita terrestre.
Pressão – suportam até 1200 vezes a pressão atmosférica á superfície do
mar.
Super 164 – Dezembro 2011
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