quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Características dos tubarões:


Os tubarões pertencem ao grupo de peixes elasmobrânquios: o seu esqueleto é formado por cartilagem, em vez de osso. Os primeiros tubarões terão surgido há mais de 400 milhões de anos, mas os exemplares modernos remontam há apenas 100 milhões de anos. O esqueleto de cartilagem não é, contudo, um traço primitivo, já que os tubarões evoluíram a partir de peixes que tinham ossos.

É possível que o esqueleto cartilagíneo, mais leve e flexível, tenha evoluído para tornar os tubarões mais rápidos e ágeis; mas pode também ter sido uma forma de preservar a quantidade de fósforo necessária ao seu metabolismo. Estes elasmobrânquios precisam de fósforo para os dentes, e dado que estão continuamente a perdê-los e substitui-los, podem gastar mais de 30.000 ao longo da vida. A disponibilidade de fósforo mineral é, aliás, uma das condicionantes principais da dispersão das diferentes espécies de tubarões a nível mundial. No século XIX, os tubarões eram considerados amistosos. Os relatos de ataques a marinheiros naufragados, existentes desde 1580, eram considerados exageros ou equívocos. Em 1891, o milionário Hermann Oelrichs ofereceu uma recompensa de $ 500 (aprox. € 400) a quem apresenta-se um caso- autenticado – de ataque a um humano, ao largo da costa este americana. O prémio nunca foi reclamado. Em 1916, uma vaga de ataques amplamente divulgados marcou o início de um revés na imagem do tubarão. Quase um século de má reputação depois, só agora os tubarões começam a ser entendidos.
Os tubarões podem medir desde 30cm até 12 metros de comprimento e pesar até 20 toneladas. O seu esqueleto não possui costelas: sem a água para o suportar, os órgãos internos seriam esmagados pelo peso do próprio corpo. Também não têm bexiga-natatória, pelo que a sua flutuabilidade é gerada usando óleo escaleno armazenado no fígado. Como não são capazes de alterar rapidamente a quantidade deste óleo no corpo, não conseguem flutuar em repouso. Em vez disso, ajustam a sua flutuabilidade de modo a ficarem ligeiramente mais densos que a água que os rodeia. Muitas espécies tiram proveito disto para viver nas profundezas e as espécies pelágicas (que não dependem do fundo marinho) compensam a falta de flutuabilidade com um impulso dinâmico, gerado pelo fluxo de água que passa por cima das suas barbatanas enquanto nadam. A maioria dos tubarões habita águas com menos de 2 mil metros de profundidade. Apesar de não terem ossos, as zonas do corpo sujeitas a maior pressão mecânica são reforçadas com uma grelha hexagonal de cristais de cálcio. Os tubarões grandes, como o tubarão branco, podem ter várias camadas deste reforço. A pele do tubarão é muito mais dura que a dos outros peixes. As camadas de base são uma malha helicoidal de fibras de colagénio coberta por uma camada de escamas minúsculas, os dentículos dérmicos: cada denticulo é feito de dentina, um tecido impregnado de cálcio. A dentina é uma componente importante dos dentes e é provável que os dentes dos vertebrados tenham evoluído a partir destes dentículos. Para além de oferecerem protecção, os dentículos têm uma função semelhante á das covinhas numa bola de golfe: reduzem o atrito e permitem uma natação mais eficiente. A visão dos tubarões é mediana, mas a sua audição e olfacto são extremamente aguçados. Tal como os peixes ósseos, também têm uma faixa de células sensíveis a vibrações ao longo do corpo, chamada linha lateral, usada para detectar o movimento das presas – como um peixe ferido.
Para encontrar presas escondidas no substrato, os elasmobrânquios possuem as “Ampolas de Lorenzini”. Estes órgãos especiais localizados na cabeça permitem a detecção do campo eléctrico gerado pelo movimento gerado pelo movimento muscular, como o coração de uma presa em apuros a bater. E além de localizar as presas durante a noite, o tubarão consegue usar o campo eléctrico gerado pelas correntes oceânicas em movimento no campo magnético da Terra como uma verdadeira bússola interna.
Fonte: quero saber - Outubro 2010

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