domingo, 6 de novembro de 2011

Investigadores de Évora quantificam níveis de alergénios no ar


Estudo altera tecnologia utilizada na elaboração de boletins polínicos
2011-11-02
Por Susana Lage
Ana Filipa Lopes, Célia Antunes, Cátia Coelho e Rui Brandão (em cima) Elsa Caeiro e Raquel Ferro (em baixo)
Investigadores do Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais Mediterrânicas da Universidade de Évora (ICAAM) desenvolveram metodologias de quantificação de alergénios de pólens de gramíneas e oliveira, responsáveis por um elevado número de problemas alérgicos.

Este trabalho, integrado num projecto europeu, foi premiado pela Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica e pela Merck Sharp & Dohme, “um reconhecimento por parte de duas entidades fundamentais nesta área do conhecimento”, refere Rui Brandão aoCiência Hoje.
Segundo o coordenador do grupo de trabalho do ICAAM, a possibilidade de quantificação dos níveis de alergénios no ar atmosférico constitui um “avanço importante” relativamente à tecnologia actualmente utilizada para a elaboração dos boletins polínicos. Estes boletins informam os profissionais de saúde e as populações sobre a presença de alergénios no ar, tornando possível evitar o contacto com estas substâncias responsáveis pelo desenvolvimento das doenças alérgicas respiratórias, como a asma ou a rinite alérgica.

“Conseguir-se uma monitorização directa da própria quantidade de aeroalergeno no ar atmosférico, em vez de ser pelas actuais estimativas assentes na quantificação de partículas polínicas, abre perspectivas para uma automatização parcial do processo analítico”, afirma o professor auxiliar do departamento de Biologia da Universidade de Évora.

Para quantificar os níveis de alergénios no ar é necessário realizar
 “um procedimento de captação de amostras de ar atmosférico mediante colectores associados a bombas de sucção de alto débito”; “um procedimento de extracção do material que se quer analisar nas amostras e que está em filtros; “um processo de identificação do material extraído e que se realiza geralmente com recurso a imunoensaios e microscopia; e “um procedimento de análise de resultados e respectiva interpretação”, enumera Rui Brandão.

De acordo com o responsável, a ideia para o trabalho que realizou com Ana Filipa Lopes, Célia Antunes, Cátia Coelho, Elsa Caeiro e Raquel Ferro, surgiu
 “há bastante tempo e vários têm sido os projectos realizados por muitas equipas para desenvolvimento de tecnologias capazes de concretizar essa ideia”.

Os próximos passos na investigação incluem o
 “desenvolvimento de modelos ‘ex-vivo’ para averiguação da resposta celular a extractos de aeroalergenos ambientais; a “monitorização da sintomatologia em doentes com asma e rinite alérgica mediante questionários on-line e sua correlação com os aeroalergenos”; a “identificação e quantificação automática de partículas polínicas por sistemas de microscopia óptica”, avança o vice-presidente da Associação Europeia de Aerobiologia.
Fonte: CH.pt

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