quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Florestas absorvem um terço do CO2 da atmosfera


Investigador Josep Canadell acredita que é possível obter ganhos económicos com uma melhor gestão das florestas
2011-07-19
Josep Canadell Executive é director executivo do Global Carbon Project e investigador do CSIRO (Austrália)
Num artigo recentemente publicado na revista «Science», o investigador Josep Canadell afirma que as florestas absorvem um terço de dióxido de carbono (CO2) que se encontra na atmosfera, oriundo da queima de combustíveis fósseis. “Se amanhã suspendermos a desflorestação, as florestas existentes e aquelas que estão em estado de reconstituição vão absorver metade das emissões de combustíveis fósseis”, sublinhou Canadell.
As florestas do planeta absorvem 2,4 mil milhões de toneladas de carbono por ano. Este estudo é o primeiro a utilizar dados de vários tipos de florestas: boreais, tropicais e das regiões temperadas.
A desflorestação é responsável pela emissão de 2,9 mil milhões de toneladas por ano, ou seja, 26 por cento do total das emissões. Apenas as emissões de combustíveis fósseis atingem mais 8 mil milhões de toneladas por ano.
Os dados relativos ao período compreendido entre 1990 e 2007 foram reunidos durante dois anos por uma equipe internacional de investigadores especialistas no estudo do aquecimento global. Conseguiram mostrar pela primeira vez que nas regiões tropicais o volume de carbono emitido devido à desflorestação foi contrabalançado pelo absorvido pelas florestas primárias intactas, tendo no final um balanço de carbono quase nulo. As florestas em regeneração, onde a agricultura foi abandonada também contribuíram significativamente para a absorção.
Para Canadell há duas conclusões a tirar deste estudo: “As florestas não são apenas grandes reservatórios de carbono, pois também absorvem activamente o CO2 produzido pelas actividades humanas, assumindo cada vez mais a dianteira para uma estratégia de protecção do clima”. Mostra-se igualmente que é “possível obter ganhos económicos com uma melhor gestão das florestas, aproveitando principalmente benefícios com a redução da desflorestação”.
O investigador sublinha o aspecto financeiro do mercado do carbono e as compensações previstas no programa «Redd-Plus» (Redução de Emissões por Desflorestação e Degradação Florestal). Esse mecanismo foi adoptado na conferência da ONU sobre o clima, em Cancun (México), no final de 2010. Tem como objectivo estimular os países onde existem florestas tropicais a administrá-las de forma durável, obtendo compensações financeiras.
Fonte: Ciência hoje.pt

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