sábado, 8 de outubro de 2011

Vêm aí os carros eléctricos!

Novos veículos podem assegurar as ZERO emissões de CO2 nos próximos anos
2011-10-07
Por Susana Lage

Smart Fortwo Electric Drive
Smart Fortwo Electric Drive
Várias marcas de automóveis já apostaram ou vão apostar nos carros eléctricos. Em Portugal, os poucos modelos que existem à venda rondam entre os 20 e os 40 mil euros.

Ao Ciência Hoje, os representantes e importadores de algumas dessas marcas revelaram que a actual oscilação no preço dos combustíveis e a necessidade de percorrer curtas distâncias tornam os veículos eléctricos uma solução de mobilidade para o futuro. No entanto, para outros, as motorizações convencionais de combustão interna vão continuar a desempenhar um papel importante nas próximas décadas. Há ainda quem defenda que uma verdadeira independência face aos combustíveis fósseis virá com os automóveis com pilha de combustível, ou que para percursos de longo curso contaremos com o hidrogénio e células de combustível.

O Grupo Daimler, detentor das marcas Mercedes-Benz e smart, “tem vindo a desenvolver viaturas de propulsão eléctrica desde 1970”, afirma André Silveira, responsável da Direcção de Marketing e Comunicação da Mercedes-Benz Portugal. No entanto, foi em 2010 que o grupo iniciou a entrada em circulação das primeiras viaturas eléctricas smart em Portugal.

Actualmente o grupo dispõe de 25 unidades smart fortwo electric drive no país, das quais 15 encontram-se com clientes sob um contrato de aluguer. Ainda “não estamos a comercializar activamente uma vez que estas unidades são de pré-produção”, explica André Silveira. Mas “em 2012 o smart fortwo electric drive estará disponível para comercialização nos Concessionários Oficiais da Marca”, avança. Não se sabe ainda a que preço.

Citroën C-Zero
Citroën C-Zero
O smart fortwo electric drive é um veículo “especialmente adaptado para uma utilização citadina”, podendo no entanto efectuar alguns percursos de estrada “sem problemas”. A autonomia das baterias é de 135 quilómetros, atingindo uma velocidade máxima de 100 quilómetros por hora, explica o responsável.

A Citroën entrou na era dos eléctricos em 1997 com o lançamento do Citroën Saxo e do Citroën Berlingo. Desde Dezembro do ano passado, a marca colocou à venda em Portugal o“modelo da nova geração” Citroën C-Zero, afirma José Raul Pereira.

De acordo com o director de relações públicas da Citroën, até ao momento foram comercializados em Portugal seis unidades do modelo C-Zero,“todas vendidas a particulares com um custo total de 37 mil euros dos quais podem ser deduzidos cinco mil euros no caso dos particulares, e que podem subir a 6.500 euros se o comprador abater um veículo com mais de 15 anos”.

O Citroën C-Zero atinge uma velocidade máxima de 130 quilómetros por hora e tem uma autonomia de 150 quilómetros.

Em 2008, a BMW apresentou o primeiro eléctrico da marca, o MINI E. “A aposta em modelos 100 por cento eléctricos é uma realidade, com 600 unidades do MINI E a circular, neste momento, em cidades como Londres, Frankfurt e Nova Iorque”, refere Cristina Rôla, coordenadora de comunicação da BMW Portugal.

Mini E da BMW
Mini E da BMW
Além disso, também no âmbito dos eléctricos, o BMW Group confirmou já a“produção do novo BMW Concept ActiveE, um carro 100 por cento eléctrico baseado no BMW Série 1 Coupé, bem como dos novos BMW i3 e i8”, acrescenta.

A Renault está “prestes a lançar” os seus primeiros modelos de veículos 100 por cento eléctricos Zero Emissões (Z.E.), afirma Ana Gil. Segundo a responsável da Direcção de Comunicação e Imagem da Renault, a comercialização dos primeiros modelos em Portugal, denominados Fluence Z.E. e Kangoo Z.E., terá lugar em Novembro. Em 2012, lançará outros dois novos modelos 100 por cento eléctricos, o Twizy e o Zoe, e será assim a primeira marca a comercializar uma gama completa de modelos 100 por cento eléctricos.

O Fluence Z.E. e o Kangoo Z.E têm uma "autonomia de 175 quilómetros” e uma “velocidade máxima de 130 quilómetros por hora”. O Twizy terá uma “autonomia de 100 quilómetros” sendo que uma das versões cuja velocidade máxima está limitada a 45 quilómetros por hora "é acessível a condutores com idades a partir dos 16 anos" sem necessidade de possuírem carta de condução para veículos ligeiros.

Todos os modelos, excepto o quadriciclo Twizy, podem circular em qualquer tipo de via. O Renault Fluence Z.E. estará disponível em Portugal a partir de 21.620 euros e o Renault Kangoo Express Z.E. a partir de 20 mil euros. Ao valor de aquisição do veículo acresce a subscrição do aluguer da bateria que ronda os 70 euros.

Renault Fluence Z.E.
Renault Fluence Z.E.
O Opel Ampera "chega ao mercado português no próximo mês de Janeiro". Segundo Miguel Tomé, director de Comunicação e Assuntos Institucionais da Opel em Portugal, trata-se do “primeiro automóvel eléctrico da Europa com extensor de autonomia”. Na prática, o Ampera“pode ir a qualquer lado em qualquer altura”, libertando-o da obrigatoriedade de efectuar longas paragens para recarregar a bateria quando é necessário fazer uma viagem mais longa. A bateria de iões de lítio pode garantir autonomia de 40 a 80 quilómetros “sem produzir quaisquer emissões”. Este modelo eléctrico"possui um motor-gerador",alimentado a gasolina, que não está ligado às rodas; serve para produzir electricidade a bordo, a qual vai alimentar o motor eléctrico quando a bateria atinge o estado de carga mínimo. A autonomia total é "superior a 500 quilómetros".

O preço de venda ao público do Ampera deverá rondar os 43 mil euros em Portugal. O motor eléctrico de 111 kW (150 cv) oferece uma aceleração de 0-100 quilómetros por hora em menos de 10 segundos. A velocidade máxima é de 160 quilómetros por hora.

A Mazda Motor Corporation está a desenvolver um veículo eléctrico de concepção própria pelo que ainda está em fase de testes e não iniciou a comercialização. No entanto, planeia dar início à comercialização no Japão na Primavera de 2012. Tendo como base o seu modelo utilitário Demio, o novo carro eléctrico “deverá ter uma autonomia de 200 quilómetros”, explica Sandra Ferro, gestora de produto da Mazda Motor de Portugal.

Opel Ampera
Opel Ampera
No que diz respeito a soluções alternativas de mobilidade sustentável, a Toyota conta com o Prius Plug-in.“Este modelo conta com tecnologia híbrida eléctrica Plug-in, permitindo ligar a viatura à corrente eléctrica para carregar as baterias de forma a conduzir a distância de 20 quilómetros à velocidade máxima de 100 quilómetros à hora, sendo que a partir destes limites o Prius Plug-in passa a funcionar como um híbrido convencional”, descreve Bruno Galante, do departamento de Comunicação e Marketing da Toyota Caetano Portugal. Segundo o responsável, este modelo iniciará a comercialização em 2012.

A Audi lançou o Audi A2 concept no salão de Frankfurt 2011. Este veículo eléctrico é indicado “para as grandes áreas metropolitanas com enorme oferta de espaço interior”. Inclui “tecnologias inteligentes”, bem como uma “inovadora construção ultra leve” que permite que o peso seja reduzido até aos 1.150 quilogramas, explica Nina Martins.

Segundo a responsável de relações públicas do grupo importador da marca, a tecnologia Audi connect proporciona ligação à internet. A direcção e travões são operados puramente por sistemas eléctricos. “Não há ligações mecânicas e/ou hidráulicas para o volante ou para o pedal de travão”.
Outro modelo 100 por cento eléctrico é o Audi R8 e-tron. Um modelo de “alta performance que consegue obter 313 CV de potência” apenas recorrendo ao seu motor eléctrico e a uma bateria de iões de Lítio. A Audi prevê lançar este modelo numa série de produção limitada em 2013.


Toyota Prius Plug-in
Toyota Prius Plug-in
Veículo do futuro
A Renault em Portugal acredita que no futuro vamos poder ver a circular “automóveis movidos a hidrogénio ou a pilha de combustível”. No entanto, “o automóvel 100 por cento eléctrico é o único que assegurará nos próximos anos as ZERO emissões de CO2”, asseguram os representantes da marca.

A Citroën também não tem dúvidas que numa situação de circulação exclusiva urbana e peri-urbana o carro eléctrico “é a fórmula ideal”. No entanto, a marca está “igualmente empenhada noutro outro tipo de novas tecnologias de propulsão nomeadamente os novos motores Híbridos 4, ou seja, a associação entre o motor eléctrico e o motor diesel”.
A Toyota defende que o futuro não será construído com um“Eco-Carro” mas sim com uma panóplia de soluções diversificadas e ajustadas ao perfil e necessidades de utilização. Com isto, os representantes da marca em Portugal defendem que “nos circuitos urbanos e limitados as viaturas eléctricas de pequenas dimensões para 1-4 passageiros serão as mais ajustadas”. Para uma utilização mais transversal e de médio alcance de autonomia são indicados os híbridos, híbridos eléctricos Plug-in e viaturas convencionais mais eficientes. E para utilizações profissionais de longo curso, “contaremos com o hidrogénio e células de combustível”.

À semelhança da Toyota, o grupo importador da marca Audi, considera que num futuro próximo "um veículo puramente eléctrico apenas será aplicável no caso de distâncias curtas até aproximadamente 200 quilómetros”. As distâncias intermédias serão possíveis com "veículos equipados com extensores de autonomia”. Contudo, referem que à medida que a autonomia das baterias, as velocidades de ponta e o número dos postos de carregamento das baterias for aumentado, “um número cada vez maior de clientes optará por veículos movidos a energia eléctrica”.

Audi A2 Concept
Audi A2 Concept
Noutro sentido, a Mazda está convicta de que “o motor de combustão interna irá manter-se como o coração do automóvel no futuro próximo”, pelo que continua a melhorar as suas bases tecnológicas em torno desta solução.

Ainda que se preveja que as motorizações convencionais de combustão interna continuem a desempenhar um papel importante nas próximas décadas, a Opel não tem dúvidas de que “o automóvel do futuro é de motorização eléctrica”. Mas a verdadeira independência face aos combustíveis fósseis virá com os automóveis com pilha de combustível, consideram os representantes portugueses da marca. “A pilha de combustível, que a Opel já tem pronta para entrar em produção em 2015, substitui totalmente o motor térmico, é abastecida de hidrogénio, produz electricidade a bordo para alimentar directamente o motor eléctrico e emite apenas vapor de água”.

O Grupo Daimler não consegue afirmar que o carro eléctrico será o futuro da mobilidade, uma vez que“grande parte do sucesso destes veículos terá de partir da aceitação por parte dos clientes e acima de tudo da criação de condições e infra-estruturas, tal como postos de abastecimento”. Mesmo assim, os detentores das marcas Mercedes-Benz e smart têm investido nesta área pois consideram que, com a actual oscilação no preço dos combustíveis, os veículos eléctricos sejam uma solução de mobilidade para o futuro.
Fonte: Ciência hoje

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