segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Erupção vulcânica: Ilha de El Hierro em alerta amarelo

Investigadora portuguesa não relaciona recentes fenómenos observados
2011-10-10
Os serviços de observação sísmica registaram uma erupção vulcânica submarina a mil metros de profundidade debaixo de água, a ocorrer ao largo da ilha canária El Hierro, em Espanha, segundo avançou o diário espanhol «El Mundo». Investigadores espanhóis detectaram uma alteração no tipo de ondas, o que poderia significar que no fundo do mar se estão a produzir emissões de gases e lava.

Recorde-se que a erupção tem lugar dois dias após se ter registado um sismo de 4,3 graus na escala de Richter. Os especialistas avançaram ainda que o fenómeno levou a uma alteração súbita no processo sísmico, já que acabou por paralisar a trepidação que se sentia há semanas na ilha canária.
No entanto, Teresa Ferreira, investigadora da Universidade dos Açores, considerou hoje "pouco provável" a observação à superfície de fenómenos associados à erupção vulcânica submarina. 

"Tendo em conta informações indicando a possibilidade de a erupção estar a ocorrer a dois mil metros de profundidade, numa zona da Crista Média Atlântica, é pouco provável que cheguem à superfície materiais expelidos pela possível erupção"
, afirmou a investigadora do Centro de Vulcanologia e Avaliação de Riscos Geológicos. Teresa Ferreira salientou que a erupção submarina da Serreta, ocorrida entre 1998 e 2000 ao largo da ilha Terceira, nos Açores, foi uma “situação especial”, tendo chegado à superfície materiais que foram observados por pescadores.

A erupção da Serreta desenvolveu-se a 400 metros de profundidade, frisou, salientando que a pressão exercida pela água muito dificilmente permitirá a chegada à superfície de materiais produzidos por uma erupção a dois mil metros de profundidade.

A confirmação da erupção de um vulcão na ilha canária de El Hierro só poderá, por isso, ser confirmada com recurso a instrumentos, defendeu a investigadora. Desde Julho já se sentiram nesta ilha espanhola mais de nove mil sismos, uma situação idêntica há que se viveu no final do século XVIII, quando também se temeu uma erupção na ilha.

Entretanto, a área continua em alerta amarela.
Fonte: Ciência hoje

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