Em cima, a evolução da desflorestação do Bornéu desde 1950, com projeção para 2020. Em baixo, a distribuição do orangotango desde 1930 até os nossos dias |
Uma casa a mirrar
A maior fatia de
desflorestação que se tem verificado no Bornéu, e que se prevê para a próxima
década, coincide em larga medida com a área de distribuição do orangotango, não
deixando margem para os animais se alimentarem convenientemente ou se
deslocarem livremente nos seus territórios sem, além disso, serem alvo de
caçadores, agricultores e madeireiros.
O aumento dramático do
número de orfãos recolhidos nos santuários e centros de recuperação de vida
selvagem locais tem conduzido à sua sobrelotação. Apesar da proclamação do
presidente indonésio, em 2007, de concordância com os objetivos do Indonesia Orangutan Conservation Action Plan
2007- 2017 (nomeadamente, a libertação na
Natureza de todos os orangotangos existentes nos centros de reabilitação, até
2015), o certo é que estes animais apenas devem ser libertados após anos de
cuidados humanos e de adaptação vigiada à sua nova vida em meio selvagem, e
nunca antes dos cinco anos de idade. Têm sido realizadas iniciativas de
reintrodução de orangotangos em áreas protegidas, mas, apesar dos esforços das
agências de conservação e do interesse político destas iniciativas, a realidade
é que o destino dos animais é mais do que incerto, tendo em conta que os seus
fatores de ameaça não estão a ser contrariados de forma minimamente
encorajadora.
Super interessante nº169 – Maio de 2012
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