sábado, 19 de maio de 2012

Hidrogénio poderá ser futuro combustível nos transportes


Cientistas da UA descobrem nanocompósito capaz de armazenar H2

2012-05-14
Por Marlene Moura (texto)


Elby Titus e o nanocompósito de grafeno-geolite com níquel.
O facto de o petróleo estar a escassear não é novidade. Este material tem-se tornado mais valioso do que o ouro e são várias as linhas de investigação que procuram outras opções. Uma equipa de estudo liderada pela cientista indiana Elby Titus, do Centro de Tecnologia Mecânica e Automação do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade de Aveiro (UA), apresentou um novo composto que traz a possibilidade de o hidrogénio ser um combustível alternativo.

O nanocompósito de grafeno geolite com níquel e é um material que “tem a potencialidade de dissolver o hidrogénio”, segundo explicou Elby Titus, ao jornal«Ciência Hoje» («CH»). Recorde-se que este gás é altamente inflamável e “o maior problema até então era descobrir uma maneira de armazená-lo em veículos de forma segura”, continuou. No entanto, quando a equipa da UA percebeu que “o níquel tem a capacidade de separar a molécula de hidrogénio (H2) em radiacais de hidrogénio (H+)”, foi o primeiro passo para torna-lo suficientemente seguro.

Através deste compósito de nanotubos de grafeno e geolite, com a adição (dopagem) de níquel, consegue-se armazenar hidrogénio nos veículos, tornando esta fonte de energia limpa e inesgotável acessível a todos os condutores. Este novo combustível é também leve e mais barato.

O peso e o volume que teriam de ter os tanques de hidratos metálicos para dar resposta às necessidades de autonomia de um veículo movido a hidrogénio seriam incomportáveis. O recém-descoberto material, desenvolvido pela equipa da Elby Titus, permite um maior armazenamento de hidrogénio e, por isso, uma performance melhor dos veículos. A vantagem deste compósito é que absorve as moléculas de hidrogénio. Pode por isso ser colocado num reservatório onde, em contacto com o hidrogénio, o capta da sua estrutura molecular, libertando-o posteriormente, segundo refere o comunicado.

O investigador do mesmo departamento, Víctor Neto, disse ainda ao «CH», que embora “não se saiba exactamente qual será o futuro” dos transportes, considera que “será quase de certeza eléctrico”. E o hidrogénio poderá ser usado em qualquer circunstância. “Em vez de queimar GPL ou gasolina, será possível fazê-lo com H2, assim como alimentar motores eléctricos”, assegurou.

O hidrogénio tem a vantagem de ser leve, barato, não poluente e capaz de ser captado e libertado de forma controlada. Portanto, poderia trazer ao mundo dos transportes uma alternativa com menos poluição, sendo mais vantajosa financeiramente.
Fonte: Ciência hoje

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