sábado, 18 de fevereiro de 2012

Energia das Ondas: Zona piloto deve estar em funcionamento em 2015 - investigadora


*** Serviço áudio disponível em www.lusa.pt ***Lisboa, 31 jan (Lusa) - A zona piloto portuguesa, criada em 2008, para a produção de energia das ondas,...
Energia das Ondas: Zona piloto deve estar em funcionamento em 2015 - investigadora
*** Serviço áudio disponível em www.lusa.pt ***
Lisboa, 31 jan (Lusa) - A zona piloto portuguesa, criada em 2008, para a produção de energia das ondas, deverá entrar em funcionamento em 2015, quando for superada a carência de infraestruturas, disse a investigadora Teresa Simas à Agência Lusa.
A zona piloto foi criada ao largo da praia de São Pedro de Muel (Leiria), para promover a energia renovável das ondas, potenciando o seu desenvolvimento tecnológico e a sua comercialização.
Em declarações à Agência Lusa, Teresa Simas, do Centro de Energia das Ondas, explicou que faltam "essencialmente" infraestruturas para a zona piloto de São Pedro de Muel entrar em funcionamento.
"Há uma empresa que é responsável pela gestão da zona, foi criada há pouco tempo e, neste momento, está a ser desenvolvido ainda o orçamento e o plano da infraestrutura que vai ser instalada. Estão a ser feitos os cálculos de engenharia para instalação do cabo e o plano é que em 2015 o cabo esteja instalado e a zona possa começar a ser usada", acrescentou a coordenadora do Departamento de Ambiente daquela organização privada sem fins lucrativos.
Teresa Simas adiantou que "existem vários produtores [internacionais] com interesse em instalar dispositivos" na zona piloto, mas "o problema é que não existe ainda tecnologia com desenvolvimento comercial muito avançada, pelo menos ao nível das ondas". Por isso, realça, "está-se a pensar fazer uma zona de testes para promover o desenvolvimento de dispositivos e depois potenciar isso para uma eventual fase comercial".
Questionada sobre o futuro das energias marinhas no País, Teresa Simas diz que Portugal tem recebido "vários projetos". No entanto, alerta, "tudo depende do desenvolvimento destas zonas de teste", nomeadamente da zona piloto.
"Se isto for rápido, vejo [o desenvolvimento da energia das ondas] com muitos bons olhos. Agora, obviamente que não se pode investir só em ondas - também há a energia do vento em terra, por exemplo. Mas acredito que podemos ter um 'mix' energético que vai permitir aumentar a nossa autossuficiência", afirmou a investigadora, salvaguardando estar a falar "num período bastante alargado de anos".
Teresa Simas evidenciou também o potencial de Portugal no desenvolvimento da energia das ondas, nomeadamente em águas profundas: Portugal dispõe do recurso em toda a costa ocidental, tem um bom clima e águas profundas próximas da costa, bem como infraestruturas (portos e estaleiros) em vários pontos da costa, tendo também pontos de conexão à rede elétrica e boa capacidade de conhecimento técnico e científico, tanto recursos humanos qualificados como centros de investigação competentes.
No entanto, a investigadora apontou algumas barreiras ao desenvolvimento da tecnologia das ondas, nomeadamente a morosidade dos processos de licenciamento, a falta de financiamento, os conflitos de uso (pescas, atividades de lazer, rotas de navegação e áreas de uso militar), problemas ambientais e ainda a perceção negativa do público, seja por falta de informação, seja pela descrença no setor.
Teresa Simas apresentou a conferência "O desenvolvimento sustentável da energia renovável marinha em Portugal", na terça-feira em Lisboa, inserida num ciclo organizado pela Associação Portuguesa dos Amigos dos Castelos.
ND.
Lusa/fim

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