Ação para salvar florestas tem de ser imediata
Ação para salvar florestas tem de ser imediata
Lisboa, 27 nov (Lusa) - A redução da desflorestação para perto de zero em 2020 "é possível", mas se a ação não for imediata irá perder-se o dobro da área de floresta até 2030, alerta um relatório da organização ambientalista internacional WWF.
De acordo com o último capítulo do relatório da WWF "Florestas Vivas - as florestas e o clima", o mundo irá perder 55,5 milhões de hectares de floresta até 2020, mesmo que se tomem medidas urgentes para reduzir a desflorestação.
"Se existirem atrasos nas medidas necessárias, isso significará uma perda de 124,7 milhões de hectares de floresta até 2030", avisa o relatório.
O documento conclui que a redução da desflorestação para perto de zero também reduziria as emissões globais de gases com efeito de estufa, resultantes da destruição da floresta, para perto de zero.
Contudo, adiar esta ação até 2030 significaria "sacrificar mais 69 milhões de hectares de floresta em todo o mundo e pelo menos mais 24GtCO2 de emissões, não incluindo as perdas resultantes da degradação da floresta ou o carbono armazenado no subsolo", adianta.
Atualmente, cerca de 20 por cento das emissões globais de carbono têm origem na desflorestação e degradação florestal - mais do que o total de emissões do sector de transportes a nível global.
Segundo a WWF, a perda das grandes florestas naturais do planeta (desflorestação) é uma realidade com que a humanidade tem vindo a conviver e que pode, se não devidamente controlada e travada, ter consequências a nível de perdas económicas, sociais e ambientais.
"Apesar dos progressos conseguidos na redução da desflorestação, continua-se a assistir a uma destruição das florestas superior à capacidade de regeneração das mesmas. Este desaparecimento é um dos responsáveis pelos níveis de perda de biodiversidade globais de quase 30%, entre 1970 e 2007", de acordo com estudos da WWF.
O Relatório Florestas Vivas refere que atualmente, o planeta possui florestas produtivas e terra arável suficientes para fornecer alimentos, bens e energia sem a necessidade de se recorrer a mais conversão de florestas naturais.
Mas este cenário altera-se após 2030 quando, e de acordo com o relatório Planeta Vivo, a população mundial - que se prevê que ultrapasse os nove biliões em 2050 - se tornar um fator determinante na alocação de recursos.
"Descodificar soluções para a procura global de alimento, combustível e fibra, bem como soluções para a conservação das florestas é o que se pretende desvendar", adianta a WWF.
HN.
Lusa/fim