quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Empresa portuguesa desenvolve plástico biodegradável para agricultura

actualizado: Wed, 13 Nov 2013 12:21:11 GMT | de Lusa

Um consórcio liderado por uma empresa portuguesa desenvolveu um plástico biodegradável que substitui as películas de polietileno utilizadas para cobrir solos agrícolas, com benefício para as culturas e para o ambiente, informou hoje a Comissão Europeia (CE).
PAULO CUNHA/LUSA
PAULO CUNHA/LUSA
Em comunicado, a CE explica que o produto desenvolvido pela Agrobiofilm, com financiamento da União Europeia, promete revolucionar a agricultura, ao substituir os plásticos para cobertura de solos que, embora essenciais para o sucesso da agricultura, têm impactos ambientais significativos durante e após o ciclo da cultura, por serem derivados do petróleo.
Além disso, por terem de ser removidas e encaminhadas para centros de recolha autorizados, as películas de polietileno, as mais usadas para cobrir os solos agrícolas, obrigam os agricultores a custos acrescidos.
Desenvolvido ao longo dos últimos três anos por um consórcio liderado pela portuguesa Silvex, o plástico biodegradável agora apresentado pela CE apresentou benefícios, "não só em termos ambientais, como ao nível do rendimento das culturas que, em alguns casos, foi superior ao registado com o plástico de polietileno".
"Perante os bons resultados, a Silvex foi convidada a partilhar a sua experiência e conhecimento em Universidades e Escolas Técnicas Europeias na área da Engenharia Biotecnológica e também na Belgian Farmers’ Association", acrescenta a comissão.
Este plástico biodegradável é composto de amido de milho e óleos vegetais e foi testado nas culturas de morango (em Portugal e Espanha) e de melão e de pimento (ambos em Portugal), podendo ser utilizado em outras culturas com características semelhantes, pode ler-se no comunicado.
Foi também testado na vinha, tanto como alternativa ao polietileno, como ao solo nu e aos tubos de proteção e crescimento.
Os resultados mostram que a qualidade dos frutos não apresentou diferenças significativas, sendo o rendimento obtido nas culturas de melão, pimento e morango igual ou superior ao obtido com o plástico de polietileno, enquanto na vinha se registou um aumento significativo da expressão vegetativa das videiras, com mais raízes e de maior peso do que as plantadas em polietileno e em solo nu.
"A nível ambiental o Agrobiofilm cumpriu com os requisitos da norma NFU52-001 relativos à biodegradação no solo", acrescenta a CE.
O Agrobiofilm, que teve um investimento total de cerca de 1,5 milhões de euros, tendo recebido um milhão de euros da UE através do 7.º Programa-Quadro, já começou a ser comercializado em Portugal, Espanha e França e destina-se maioritariamente a agricultores profissionais, podendo também ser utilizado em pequenas hortas ou jardins.
A Silvex é uma das 225 pequenas e médias empresas portuguesas (PME) que beneficiaram do financiamento de investigação da UE desde 2007, num total de 305 milhões de euros. Até ao final de 2013 a União Europeia terá apoiado 15 mil PME que receberam apoios superiores a cinco mil milhões de euros.
Do consórcio Agrobiofilm fazem parte, além da Silvex, a norueguesa BIOBAG e a francesa ICSE. Outras três PME - Hortofrutícolas Campelos (Portugal), Olivier Mandeville (França) e Explotaciones Agrarias Garrido Mora (Espanha) - são os utilizadores finais, onde se realizaram os ensaios de campo.
O trabalho científico foi realizado no Instituto Superior de Agronomia (Portugal), Centro Tecnológico ADESVA (Espanha), Université Montpellier 2 (França) e Faculty of Agricultural Sciences, Aarhus University (Dinamarca).
FPA // JMR
Meus sinceros parabéns!

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