quinta-feira, 12 de abril de 2012

Doenças provocadas por fungos destroem cada vez mais culturas

Biodiversidade e segurança alimentar estão ameaçadas, diz artigo publicado na «Nature»
2012-04-12


O arroz é uma das culturas ameaçadas (foto: Damien Boilley)
O aumento das doenças causadas por fungos está a destruir colheitas que dariam para alimentar milhões de pessoas e ameaça a biodiversidade, revela um estudo publicado na revista científica «Nature». Cientistas da Universidade de Oxford e do Imperial College de Londres estudaram o aumento do número e a gravidade das infecções por fungos sobre a fauna e a flora a partir de meados do século XX.
De acordo com o artigo, o aumento das doenças provocadas por fungos nas plantas e nos animais ameaça a segurança alimentar e a estabilidade dos ecossistemas naturais. As infecções por fungos destroem anualmente 125 milhões de toneladas das cinco principais culturas – arroz, trigo, milho, batata e soja – que proporcionam a maior parte das calorias consumidas.
Se as culturas não fossem destruídas, mais de 600 milhões de pessoas em todo o mundo poderiam ser alimentadas, segundo os cálculos de Matthew Fisher, investigador da Faculdade de Saúde Pública do Imperial College de Londres e principal autor do estudo.
Só nas colheitas de arroz, trigo e milho, os prejuízos causados por fungos ascendem, por ano, a 45,9 mil milhões de euros. Os cientistas, que defendem um maior controlo das infecções fúngicas, alertam que o seu risco para as plantas já ultrapassou o das doenças provocadas por bactérias e vírus.
As infecções por fungos ameaçam também espécies como abelhas, tartarugas marinhas, corais, anfíbios e morcegos. Os peritos britânicos estimam que 70 por cento das extinções de espécies animais e vegetais têm origem numa doença fúngica. Os fungos são responsáveis pela maior perda de biodiversidade documentada até agora, depois de terem infectado aproximadamente 500 espécies de anfíbios em 54 países.
No artigo, os investigadores defendem medidas de prevenção, como o controlo mais apertado do comércio de plantas e produtos animais, assim como mais fundos para investigar métodos que detenham a expansão de algumas infecções endémicas que ainda estão limitadas a uma área geográfica.
Fonte: Ciência hoje

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