quinta-feira, 22 de setembro de 2011

A lagartixa da Serra da Estrela:


Tal como o seu nome comum deixa adivinhar, a lagartixa-da-montanha encontra-se em regiões de elevada altitude, pelo que a sua morfologia e biologia estão adaptadas a uma vida sazonal ditada pelas adversidades atmosféricas. Relacionada com altitudes superiores a 1400 metros, onde a vegetação arbórea é escassa ou inexistente, apresenta hábitos saxícolas, ou seja, ocorre em zonas com elevado coberto rochoso, que proporciona locais de refúgio, de invernada e de regulação de temperatura corporal. Escolhe zonas com baixo coberto arbustivo dominado por urze, giesta ou povoamentos de zimbro. Este réptil serrano apresenta uma coloração dorsal variável, sendo comuns grandes manchas negras irregulares sobre um fundo esverdeado ou acastanhado, o ventre apresenta-se esbranquiçado ou esverdeado com pequenos pontos negros. Apesar de os machos serem de maiores dimensões e possuírem uma cabeça mais robusta, o dimorfismo sexual é pouco acentuado, já os juvenis são bastante parecidos com os adultos, á excepção da cauda que pode apresentar tons brilhantes azulados ou esverdeados. A Iberolacerta monticola pode atingir 9 centímetros de corpo e 13 de cauda o ventre é esverdeado principalmente na zona da garganta, e a escama rostral em contacto com as escamas internasais, estas características estão ausentes noutras espécies desta zona. As fêmeas atingem a maturidade sexual aos 3 anos e efectuam posturas anuais de 2 a 11 ovos. A sobrevivência aumenta com a idade e é mais elevada nos machos do que nas fêmeas. Isto parece ficar a dever-se á maior vulnerabilidade á predação porque a sua locomoção é mais lenta durante a gravidez e após as posturas. Além disso precisa de mais actividade para se alimentar e para termo-regulação, não conseguindo às vezes recuperar a energia gasta na reprodução. Entre Setembro e Março é período de inactividade, depois inicia-se o frenesim primaveril, dedicado á termo-regulação e para a sua dieta á base de formigas, moscas, mosquitos, escaravelhos e aranhas. Entre Abril e Junho é época de reprodução, a fase de cópula dura 15 dias e as posturas 1 mês mais tarde. A incubação dos ovos demora mês e meio a 2 meses pelo que as crias eclodem em finais de Agosto o que lhes deixa pouco mais de 1 mês para obterem reservas para o Inverno. A mortalidade pode atingir os 75% em crias com menos de 1 ano e baixa para 40% a partir dos 3 anos. Os seus predadores são a cobra-lisa-eurpeia (Coronella austriaca) a víbora-cornuda (Vipera latastei), mamíferos e aves, sendo a esperança de vida de 10 anos. No planalto central com uma área de 57 quilómetros quadrados este réptil é muito abundante de 400 a 700 mil indivíduos que variam entre 100 e 1550 por hectare. Por exemplo, tem uma baixa densidade na zona leste (área das Penhas da Saúde) e a norte (na zona das Penhas Douradas), já nas imediações da Torre a espécie é muito abundante.
Fonte: Super interessante

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