quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Reserva mexicana quintuplica número de peixes em dez anos

Participação das comunidades locais foi essencial para a recuperação de Cabo Pulmo
2011-08-25
Reserva marinha do Parque Nacional Cabo Pulmo, no México (créditos: Octavio Aburto/iLCP)
Reserva marinha do Parque Nacional Cabo Pulmo, no México (créditos: Octavio Aburto/iLCP)
Em apenas dez anos, a reserva marinha do Parque Nacional Cabo Pulmo (Baixa Califórnia, México) quintuplicou o seu número de peixes. No estudo coordenado pelo Instituto Scripps de Oceanografia, e publicado na «PLoS ONE», conclui-se que a mudança mais significativa é o aumento de número de espécies, de indivíduos e do tamanho dos mesmos. O aumento foi de 460 por cento.
O crescimento deveu-se ao projecto de recuperação iniciado em 1995 que uniu a população local contra a devastação do ecossistema, tendo esta interrompido a actividade pesqueira.
Foi a própria população que pediu ao governo que declarasse aquela área Parque Nacional, explica Octavio Aburto-Oropeza, do Instituto Scripps, citado pela BBC. A população vigia e cuida do parque. Promove, nomeadamente, a redução da contaminação e a protecção de espécies em perigo, como as tartarugas marinhas.
No estudo, os investigadores mostram-se surpreendidos por ser possível recuperar comunidades de peixes num recife super-explorado atingindo níveis comparáveis a recifes onde nunca ocorreu pesca. Defendem também que o sucesso dos projectos de protecção é tanto mais eficaz quanto maior for a participação das comunidades locais.
A criação de áreas marinhas protegidas em qualquer região costeira eleva significativamente a produtividade dos oceanos e promove benefícios económicos para as comunidades costeiras. Os investigadores lamentam que grande parte dos legisladores não esteja consciente de que o número de peixes aumenta exponencialmente a partir do momento em que se cria uma reserva.
A reserva de Cabo Pulmo tem 71 quilómetros quadrados e é quase 70 vezes maior que a maioria das reservas estudadas até hoje. Entre as espécies mais comuns encontram-se a garopa do golfo (Mycteroperca jordani), garopa sardineira (Mycteroperca rosacea), pargo cinza (Lutjanus novemfasciatus), pargo amarelo (Lutjanus argentiventris) e cavalinha (Seriola lalandi).
Fonte: Ciência Hoje

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