sábado, 10 de março de 2012

Investigação e produção de cogumelos silvestres ganha destaque

Exportação deste tipo de produtos é de grande potencial para o País
2012-03-08
noticiasdecastelodevide.blogspot.com
Em Oliveira do Hospital está a ser desenvolvido um projecto de investigação e produção de cogumelos silvestres numa parceria entre a Plataforma para o Desenvolvimento da Região Interior Centro (BLC3), a Universidade de Coimbra (UC) e a Voz da Natureza, uma empresa com actividade na área da investigação científica e tecnológica para o desenvolvimento de produtos inovadores.

O projecto implica a criação de um Centro de Micologia Aplicada e vai candidatar-se ao QREN, através do «Compete – Programa Operacional Factores de Competitividade» até final de Março.

O objectivo é fomentar, na região interior centro de Portugal, a produção de cogumelos silvestres nativos e investigar as condições para a produção de trufas (fungos do solo que formam cogumelos subterrâneos), cujo preço nos mercados internacionais variam entre os 400 e os 500 euros por quilo.

Segundo o presidente da BLC3, João Nunes, esta região é“particularmente propícia ao desenvolvimento de cogumelos silvestres nativos” e, segundo as investigações que estão a ser desenvolvidas pelo Centro de Ecologia Funcional, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC, tudo indica que também possui excelentes condições para a produção de trufas.

Em Portugal, o potencial industrial, económico e ambiental, associado aos cogumelos silvestres tem sido subvalorizado. “Meia tonelada de uma só espécie de cogumelos, que existe na zona de Oliveira do Hospital, significou em 2011 no mercado de Barcelona um milhão e meio de euros”, exemplifica João Nunes.

Como tal, a exportação deste tipo de produtos mostra ser de grande potencial. Porém, Portugal não apresenta fluxos comerciais significativos nesta área que pode gerar actividades empresariais com elevado retorno económico. Não basta fomentar a produção de algumas espécies nativas de cogumelos silvestres, é também necessário assegurar a sua qualidade e certificação e a sua comercialização.

Assim, avança o responsável da BLC3, o projecto “pretende passar para o nível industrial um sector de grande potencial nesta região”, mas envolvendo todos os potenciais produtores.

Sem afastar a produção de cogumelos em estufas ou outro tipo de estruturas equivalentes, Anabela Marisa Azul, investigadora Centro de Ecologia Funcional da UC, salienta que se pretende também “favorecer a produção natural” “potenciar esse recurso”. Pretende-se, acima de tudo, continua a cientista, “um tipo de produção integrada e ajustada com o terreno, os solos, a vegetação, o clima e a floresta”.

Trata-se de valorizar um produto no plano económico, mas também de, em simultâneo, proteger a floresta dos incêndios e promover o equilíbrio dos solos.
Fonte: Ciência hoje

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