domingo, 21 de outubro de 2012

África Oriental: maior catálogo de flora tropical do mundo é completo



Espécie de planta Acácia, cujos galhos são habitados por formigas que defendem a árvore contra qualquer perigo
Esse projeto épico começou em 1948. Na época, os envolvidos acreditavam que terminariam sua pesquisaem 15 anos. Grande engano.
64 anos, 135 botânicos de 21 países e 12.104 espécies de plantas selvagens de Uganda, Quênia e Tanzânia depois, finalmente o catálogo intitulado Flora of Tropical East Africa (FTEA), ou “Flora Tropical da África Oriental”, está completo.
Esse será o maior catálogo regional de flora tropical já concluído, abrangendo mais de 12.000 espécies, ou 3 a 4% da flora do mundo. 1.500 espécies de plantas novas para a ciência foram descritas durante o projeto, 114 dessas apenas nos últimos quatro anos.
O que começou como uma série de catálogo de pequenas famílias logo se agigantou. Durante o projeto, os cientistas perceberam que levaria muito mais tempo para completar tal pesquisa, já que o conhecimento humano e coleta da cobertura dos vários habitats do leste africano era muito desigual.
Tinnea aethiopica, um arbusto comum na região
Os cientistas logo observaram que o número total de espécies desta vasta área, com sua enorme variedade de habitats, de desertos a florestas a zonas costeiras, tinha sido subestimado e estava, na realidade, perto de 12.500 espécies.
O programa se modificou, então, para suprir essas falhas, e o leste da África logo tornou-se uma das regiões melhor amostradas do continente.
Cerca de 2.500 das espécies do registro são endêmicas, ou seja, só são encontradas naquela região, mais nenhum outro lugar. Por conta disso, os especialistas envolvidos no projeto expressam preocupação com essas plantas, que, sem a proteção necessária, podem perecer diante das ameaças e pressões humanas.
Segundo o Dr. Henk Beentje, atual editor do FTEA, o catálogo é essencial para a conservação na região. “O FTEA é sobre comunicação – sem a devida identificação e nomeação não há comunicação sobre as plantas, e sem comunicação todo o trabalho com plantas silvestres repousa sobre areia movediça”, disse.
Agora, o catálogo será usado para lançar frentes de trabalho, como potenciais usos pelas comunidades locais, ecologia, zoologia, e, é claro, conservação.[BBCKew]
Os volumes que compõem o registro ocupam um espaço de cerca de dois metros nas prateleiras
Fonte: Hypescience

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